Separei três vídeos, espero que gostem.
Filosofando no Ensino Médio
Blog voltado para o ensino de Filosofia dos alunos do Ensino Médio da Escola de Ensino Básico Santos Dumont - Blumenau/SC
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Videos de Descartes
Hoje o 2NC5 me perguntou sobre vídeo aula que poderia ajudar no entendimento do trabalho.
Separei três vídeos, espero que gostem.
Separei três vídeos, espero que gostem.
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Segue em anexo o link para ter no celular o livro de Descartes, Meditações Metafísicas.
Aos que já tiveram aula hoje já sabem do que se trata, aos demais se quiserem podem baixar e a explicação sobre o trabalho será SOMENTE EM SALA DE AULA.
https://drive.google.com/file/d/0B2-8d_C76W2DZktMd2NsT2U2WEE/view?usp=sharing
Aos que já tiveram aula hoje já sabem do que se trata, aos demais se quiserem podem baixar e a explicação sobre o trabalho será SOMENTE EM SALA DE AULA.
https://drive.google.com/file/d/0B2-8d_C76W2DZktMd2NsT2U2WEE/view?usp=sharing
domingo, 28 de junho de 2015
Resolução: Exercícios Falácias.
(7) APELO À IGNORÂNCIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Nenhum matemático foi capaz, até hoje, de demonstrar a verdade da Conjectura de
Goldbach.
∴ A Conjectura de Goldbach é falsa.
Obviamente não decorre, do fato de que ninguém tenha conseguido provar a Conjectura
de Goldbach, que ela seja falsa. (Essa conjectura, a propósito, diz que todo número par
maior do que 2 pode ser escrito como a soma de dois números primos. É um problema
ainda não resolvido em matemática.)
(8) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Véio Zé jura que viu um disco voador pousar no sítio dele.
O Véio Zé nunca passou da segunda série do primeiro grau, e mal sabe ler ou escrever.
O Véio Zé não tem a menor idéia do que os cientistas escreveram sobre o assunto.
∴ O relato que o Véio Zé fez não tem possibilidade alguma de ser verdadeiro.
As afirmações do Véio Zé estão sendo desqualificadas porque ele mal sabe ler etc.
(9) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Toda pessoa que agride, deliberadamente, uma outra pessoa deve ser punida.
Um lutador de boxe agride, deliberadamente, seus adversários.
∴ Um lutador de boxe deve ser punido com severidade.
É claro que em geral uma pessoa não deve agredir outra — mas isso não se aplica ao caso
excepcional de uma luta de boxe, onde supõe-se que os adversários se agridam.
(10) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
As esposas de homens bem-sucedidos na vida vestem roupas caras
∴ Para uma mulher ajudar seu marido a triunfar, ela deve comprar um guarda-roupa
caro.
O fato de que os maridos são bem-sucedidos é o que possibilita às esposas terem roupas
caras — e não o contrário. Há uma inversão de causa e efeito.
(11) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Povos inteiros a invocaram e defenderam a Inquisição.
Até os adversários da Inquisição a aplicaram por conta própria.
∴ A Inquisição deve ter sido justificada e benéfica.
Só porque povos inteiros (alguns) invocaram e defenderam a Inquisição não é razão para ela ter
sido benéfica. “Todo mundo fez assim” não deixa a coisa mais certa.
(12) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Um caso semelhante ao primeiro exemplo desta lista —
acusa-se o Estado Maior de só estar preocupado com os próprios interesses. Seria uma
versão circunstancial do argumento contra o homem.
(13) APELO À IGNORÂNCIA.
(14) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Todos estão dizendo que aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o
adversário fazer mais gols.
∴ Aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o adversário fazer mais
gols.
“Todo mundo diz que” não é razão para a verdade de uma afirmação, claro.
(15) APELO À AUTORIDADE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Dr. Freud, um dos grandes teóricos europeus, afirmou que é impossível, para o
homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
∴ É impossível, para o homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
No caso, recorre-se à autoridade de Sigmund Freud, famoso por ser o fundador da psicanálise.
(16) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O uso de narcóticos cria dependência.
∴ Se você permitir que seu médico lhe alivie as dores com um narcótico, você se
converterá num viciado.
Que narcóticos criem dependência é uma afirmação geral. Usar narcóticos num caso particular,
sob supervisão médica, é uma exceção a essa regra.
(17) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Meus pais não me deixaram ir ao cinema à noite passada.
Meus pais não me deixaram ficar até mais tarde vendo televisão.
∴ Meus pais nunca permitem que eu me divirta.
Argumenta-se a partir de apenas dois casos para a conclusão de que “nunca deixam que
eu me divirta”.
(18) APELO À PIEDADE. Recorre-se à misericórdia do júri para a conclusão de que o réu é inocente.
(19) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Aquele novo estudante diz que sou seu professor favorito.
Nenhum estudante mentiria a seu professor favorito.
∴ Sou o professor favorito daquele novo estudante.
A conclusão é de que “sou o professor favorito daquele estudante”, e a razão é de que
“um estudante não mentiria ao seu professor favorito”. Está, assim, sendo pressuposto
que “sou o professor favorito daquele estudante”, que é a conclusão do argumento.
(20) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
A Regra de Ouro é básica para todo sistema ético até hoje criado, e todos a aceitam
sob uma forma ou outra.
O fato de que todos aceitem a Regra de Ouro não quer dizer que seja um princípio moral
sólido.
(21) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de atacar a filosofia de Nietzsche, ataca-se o filósofo.
(22) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O General Grant bebia muito uísque.
O General Grant estava ganhando muitas batalhas.
∴ Para também ganharem batalhas, os outros generais também deviam beber muito
uísque.
O erro está em supor que as vitórias do General Grant eram causadas porque ele bebia
muito — daí a idéia de que se os outros generais beberem daquele uísque, também vão
vencer muitas batalhas.
(23) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
É necessário confinar os criminosos e encerrar os maníacos perigosos.
∴ Nada existe de errado em privar as pessoas de sua liberdade.
Não se pode generalizar (“não é errado privar as pessoas de sua liberdade”) a partir do
caso especial de prender criminosos. Temos um “acidente” convertido em regra geral.
(24) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão do argumento é de que Deus existe. Qual é a justificativa?
A de que a Bíblia diz isso. E por que é verdade o que diz a Bíblia? A razão é a de
que a Bíblia é a palavra revelada de Deus — mas note-se que esta razão pressupõe que
Deus exista. Portanto, temos uma argumentação circular: quem apresentou o argumento
já pressupõe que Deus existe, para concluir que Ele existe.
(25) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de responder a Sócrates, Trasímaco passa a atacar pessoalmente o filósofo.
(26) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Mais jovens frequentam hoje ginásios e colégios do que em qualquer outra época da
história de nosso país.
Existe hoje mais delinquência juvenil do que em qualquer outro tempo.
∴ Para eliminar a delinquência juvenil devemos abolir as escolas.
As escolas não causam o aumento da delinquência juvenil — isso pode ter aumentado,
por exemplo, pela razão de que há mais jovens do que antigamente.
(27) APELO À IGNORÂNCIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Não há prova alguma de que o secretário vazou a notícia para os jornais.
∴ O secretário não vazou a notícia para os jornais.
Evidentemente, argumenta-se a partir da falta de informação para concluir o contrário.
(28) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Exemplo da versão circunstancial do argumento contra o
homem, semelhante ao exercício 12 desta lista.
(29) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão final é de que “nosso time é o mais destacado do
torneio”. Mas a razão última é de que o time é a melhor equipe do torneio — há um
círculo na argumentação.
(30) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento seria assim:
O rei da Inglaterra violou, perversamente, todas as obrigações morais e humanas,
calcou aos pés a natureza e a consciência etc.
∴ Pouco interessa agora o que o rei da Inglaterra diga ou faça.
(31) FALSA CAUSA. O erro está em supor que entrar ao partido republicano iria fazer com que
Benjamin Fernandez ficasse rico, quando o que de fato acontece é que alguém primeiro
fica rico e depois entra no partido republicano.
(32) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. Só porque aconteceram coisas ruins em duas segundas-feiras não significa que isso aconteça em todas elas.
(33) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.
(34) APELO À IGNORÂNCIA.
(35) ACIDENTE. O caso de estudantes prestando exames é uma situação muito especial — eles
estão sendo avaliados a respeito de seu conhecimento, o que não acontece com profissionais
em seu trabalho diário.
(36) APELO À AUTORIDADE. No caso, o Padre Malebranche.
(37) ACIDENTE. A propriedade “acidental” — o preço da saca de feijão — pode variar de uma
época a outra. A regra vale apenas para aquilo que foi plantado, feijão, não seu preço.
(38) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.
(39) FALSA CAUSA. Mais um exemplo de uma falsa correlação causal — só porque, em números
absolutos, há mais pessoas consumindo leite, e mais pessoas morrendo de câncer, não
justifique que uma coisa seja causa da outra.
(40) APELO À IGNORÂNCIA.
(41) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM
Nenhum matemático foi capaz, até hoje, de demonstrar a verdade da Conjectura de
Goldbach.
∴ A Conjectura de Goldbach é falsa.
Obviamente não decorre, do fato de que ninguém tenha conseguido provar a Conjectura
de Goldbach, que ela seja falsa. (Essa conjectura, a propósito, diz que todo número par
maior do que 2 pode ser escrito como a soma de dois números primos. É um problema
ainda não resolvido em matemática.)
(8) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Véio Zé jura que viu um disco voador pousar no sítio dele.
O Véio Zé nunca passou da segunda série do primeiro grau, e mal sabe ler ou escrever.
O Véio Zé não tem a menor idéia do que os cientistas escreveram sobre o assunto.
∴ O relato que o Véio Zé fez não tem possibilidade alguma de ser verdadeiro.
As afirmações do Véio Zé estão sendo desqualificadas porque ele mal sabe ler etc.
(9) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Toda pessoa que agride, deliberadamente, uma outra pessoa deve ser punida.
Um lutador de boxe agride, deliberadamente, seus adversários.
∴ Um lutador de boxe deve ser punido com severidade.
É claro que em geral uma pessoa não deve agredir outra — mas isso não se aplica ao caso
excepcional de uma luta de boxe, onde supõe-se que os adversários se agridam.
(10) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
As esposas de homens bem-sucedidos na vida vestem roupas caras
∴ Para uma mulher ajudar seu marido a triunfar, ela deve comprar um guarda-roupa
caro.
O fato de que os maridos são bem-sucedidos é o que possibilita às esposas terem roupas
caras — e não o contrário. Há uma inversão de causa e efeito.
(11) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Povos inteiros a invocaram e defenderam a Inquisição.
Até os adversários da Inquisição a aplicaram por conta própria.
∴ A Inquisição deve ter sido justificada e benéfica.
Só porque povos inteiros (alguns) invocaram e defenderam a Inquisição não é razão para ela ter
sido benéfica. “Todo mundo fez assim” não deixa a coisa mais certa.
(12) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Um caso semelhante ao primeiro exemplo desta lista —
acusa-se o Estado Maior de só estar preocupado com os próprios interesses. Seria uma
versão circunstancial do argumento contra o homem.
(13) APELO À IGNORÂNCIA.
(14) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Todos estão dizendo que aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o
adversário fazer mais gols.
∴ Aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o adversário fazer mais
gols.
“Todo mundo diz que” não é razão para a verdade de uma afirmação, claro.
(15) APELO À AUTORIDADE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Dr. Freud, um dos grandes teóricos europeus, afirmou que é impossível, para o
homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
∴ É impossível, para o homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
No caso, recorre-se à autoridade de Sigmund Freud, famoso por ser o fundador da psicanálise.
(16) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O uso de narcóticos cria dependência.
∴ Se você permitir que seu médico lhe alivie as dores com um narcótico, você se
converterá num viciado.
Que narcóticos criem dependência é uma afirmação geral. Usar narcóticos num caso particular,
sob supervisão médica, é uma exceção a essa regra.
(17) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Meus pais não me deixaram ir ao cinema à noite passada.
Meus pais não me deixaram ficar até mais tarde vendo televisão.
∴ Meus pais nunca permitem que eu me divirta.
Argumenta-se a partir de apenas dois casos para a conclusão de que “nunca deixam que
eu me divirta”.
(18) APELO À PIEDADE. Recorre-se à misericórdia do júri para a conclusão de que o réu é inocente.
(19) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Aquele novo estudante diz que sou seu professor favorito.
Nenhum estudante mentiria a seu professor favorito.
∴ Sou o professor favorito daquele novo estudante.
A conclusão é de que “sou o professor favorito daquele estudante”, e a razão é de que
“um estudante não mentiria ao seu professor favorito”. Está, assim, sendo pressuposto
que “sou o professor favorito daquele estudante”, que é a conclusão do argumento.
(20) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
A Regra de Ouro é básica para todo sistema ético até hoje criado, e todos a aceitam
sob uma forma ou outra.
O fato de que todos aceitem a Regra de Ouro não quer dizer que seja um princípio moral
sólido.
(21) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de atacar a filosofia de Nietzsche, ataca-se o filósofo.
(22) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O General Grant bebia muito uísque.
O General Grant estava ganhando muitas batalhas.
∴ Para também ganharem batalhas, os outros generais também deviam beber muito
uísque.
O erro está em supor que as vitórias do General Grant eram causadas porque ele bebia
muito — daí a idéia de que se os outros generais beberem daquele uísque, também vão
vencer muitas batalhas.
(23) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
É necessário confinar os criminosos e encerrar os maníacos perigosos.
∴ Nada existe de errado em privar as pessoas de sua liberdade.
Não se pode generalizar (“não é errado privar as pessoas de sua liberdade”) a partir do
caso especial de prender criminosos. Temos um “acidente” convertido em regra geral.
(24) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão do argumento é de que Deus existe. Qual é a justificativa?
A de que a Bíblia diz isso. E por que é verdade o que diz a Bíblia? A razão é a de
que a Bíblia é a palavra revelada de Deus — mas note-se que esta razão pressupõe que
Deus exista. Portanto, temos uma argumentação circular: quem apresentou o argumento
já pressupõe que Deus existe, para concluir que Ele existe.
(25) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de responder a Sócrates, Trasímaco passa a atacar pessoalmente o filósofo.
(26) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Mais jovens frequentam hoje ginásios e colégios do que em qualquer outra época da
história de nosso país.
Existe hoje mais delinquência juvenil do que em qualquer outro tempo.
∴ Para eliminar a delinquência juvenil devemos abolir as escolas.
As escolas não causam o aumento da delinquência juvenil — isso pode ter aumentado,
por exemplo, pela razão de que há mais jovens do que antigamente.
(27) APELO À IGNORÂNCIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Não há prova alguma de que o secretário vazou a notícia para os jornais.
∴ O secretário não vazou a notícia para os jornais.
Evidentemente, argumenta-se a partir da falta de informação para concluir o contrário.
(28) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Exemplo da versão circunstancial do argumento contra o
homem, semelhante ao exercício 12 desta lista.
(29) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão final é de que “nosso time é o mais destacado do
torneio”. Mas a razão última é de que o time é a melhor equipe do torneio — há um
círculo na argumentação.
(30) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento seria assim:
O rei da Inglaterra violou, perversamente, todas as obrigações morais e humanas,
calcou aos pés a natureza e a consciência etc.
∴ Pouco interessa agora o que o rei da Inglaterra diga ou faça.
(31) FALSA CAUSA. O erro está em supor que entrar ao partido republicano iria fazer com que
Benjamin Fernandez ficasse rico, quando o que de fato acontece é que alguém primeiro
fica rico e depois entra no partido republicano.
(32) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. Só porque aconteceram coisas ruins em duas segundas-feiras não significa que isso aconteça em todas elas.
(33) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.
(34) APELO À IGNORÂNCIA.
(35) ACIDENTE. O caso de estudantes prestando exames é uma situação muito especial — eles
estão sendo avaliados a respeito de seu conhecimento, o que não acontece com profissionais
em seu trabalho diário.
(36) APELO À AUTORIDADE. No caso, o Padre Malebranche.
(37) ACIDENTE. A propriedade “acidental” — o preço da saca de feijão — pode variar de uma
época a outra. A regra vale apenas para aquilo que foi plantado, feijão, não seu preço.
(38) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.
(39) FALSA CAUSA. Mais um exemplo de uma falsa correlação causal — só porque, em números
absolutos, há mais pessoas consumindo leite, e mais pessoas morrendo de câncer, não
justifique que uma coisa seja causa da outra.
(40) APELO À IGNORÂNCIA.
(41) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM
Resolução da Tarefa: Dedução e Indução.
(a) R: Dedutivo. O argumento é válido; automaticamente dedutivo, portanto.
(b) R: Podemos dizer que o argumento é indutivo, mas, dependendo de como entendermos
a conclusão (como se limitando apenas a discos voadores na Terra) mais
forte ou mais fraco.
(c) R: Dedutivo.
(d) R: Dedutivo.
(e) R: Indutivo. Já que os remédios são bem parecidos, parece haver uma boa probabilidade
da conclusão ser verdadeira.
(f) R: Indutivo. ‘Frequentemente’ indica que há uma boa probabilidade da conclusão
ser verdaderia — sem dar garantias, evidentemente.
(g) R: Dedutivo.
(h) R: Inválido.
(i) R: Dedutivo.
(j) R: O argumento parece realmente muito fraco. Poderíamos considerá-lo indutivo.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Cola e a Escola
“De tanto triunfar as nulidades; de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da
virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (RUI BARBOSA)
"Era só cola de prova, nada demais",
geralmente é o que se pensa quando se cola, nunca imaginamos a proporção e os
perigos que se iniciam com o ato desonesto de colar.
Não se trata apenas de cola: trata-se de uma postura
não só imoral, mas corrupta. O que gera esse comportamento é o mesmo princípio
que norteia os esquemas de corrupção: ludibriar o outro, burlar as regras
morais, para conseguir vantagens e prêmios. É a manifestação expressa do famoso
"jeitinho brasileiro". O mesmo “jeitinho brasileiro” que tanto
reclamamos quando alguém fura a fila, estaciona em vaga de deficiente, não nos
entrega o troco corretamente e claro a mesma imoralidade dos nossos políticos.
Como reclamar quando somos lesados por um troco
errado? Afinal a pessoal pode muito bem ter colado na aula de matemática e não
sabe contar? Absurdo você deve estar imaginando, não é a mesma coisa podes
estar pensando, pois pergunto, e por que não? Afinal a trapaça se inicia nas
pequenas coisas, não adianta reclamar da imoralidade do mundo, do sistema
político, na corrupção na policia, na saúde, quando não nos comprometemos com a
nossa própria moralidade.
Kant dizia:
faça o bem a ponto que ele se torne uma lei universal, você querido aluno,
gostaria de ser operado por um médico que passou todos os anos da faculdade
colando e nada sabe? Você gostaria de receber uma nota baixa e ver seu amigo
que colou e agiu de forma imoral receber nota dez?
Você com certeza está se justificando com a
afirmação de que esta apenas no Ensino Médio, mas eu lhe afirmo, se você cola
agora continuará fazendo essa ação
imoral na faculdade. Quem irá lhe passar cola no ENEM? Quem irá lhe passar cola
no vestibular? Lembrando que a cola nesses exames são punidas com até dois anos
de reclusão, pense o que dá um simples cola!
Segue abaixo o texto reflexivo da professora
Marizete Oliveira reelaborado, complementado e corrigido por mim professora
Patrícia.
A ÉTICA E A MORAL E A COLA NA SALA DE
AULA
No
decorrer do ano letivo é comum o aluno passar por um assunto muitas vezes
discutido: A ética. Indagações são feitas tais como: O que é ser
ético? O que é ética? O que é ser moralmente correto? Sou moralmente correto?
Sou ético?
“A ética
e a moral é daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que não são fáceis
de explicar, quando pergunta principalmente se mexe com nossos próprios
interesses.”
Não se satisfazendo com essa definição, surge
uma inquietude que se faz necessário verificar a história da palavra.
Etimologicamente, ela é originada do grego ethos, que significa modo
de ser ou o caráter. Em Filosofia, a ética significa o que é bom
para o indivíduo e para a sociedade. É uma conduta humana que se
qualifica como bem ou mal e muitas vezes são associadas com a moral.
Lançam-se duas perguntas, mas estas devem ser
respondidas no fórum íntimo de cada um:
1. Até
que ponto comprometo a minha ética quando realizo a prática da cola, no
processo de avaliação ?
2. Deixo
de agir com ética quando forneço a resposta da avaliação ao meu colega de
classe?
Antes de responder é preciso entender que a busca do conhecimento,
por definição, envolve COMPROMISSO e RESPONSABILIDADE. Para tanto, se
o aluno pratica a cola, além de negar o seu compromisso com seu saber, se comporta
de maneira irresponsável com o seu futuro profissional e
consequentemente deixa de ter uma atitude e uma postura ética.
É válido
destacar que a ética, neste caso, está vinculada a outro valor positivo para a
sociedade: A HONESTIDADE.
Portanto é preciso reforçar a
ideia de que a cola é uma atitude negativa e pode se tornar VICIOSA E
PREJUDICIAL, na formação de valores e princípios éticos.
A “cola” na escola é a prática de
consultas às escondidas de ideias e respostas alheias nas situações de avaliação.
Há basicamente dois tipos de cola: a
individual, onde envolve somente o aluno que se utiliza de métodos próprios
(papeizinhos escondidos, mensagem de celular, fone de ouvido, etc.) e a cola de parceria, onde um aluno passa a
informação para um ou mais colegas.
Estudos mostram que muitos alunos que passam a cola, querem, na verdade
demonstrar um ar de superioridade na sala de aula o que não compete na
realidade, pois são apenas usados como uma “ferramenta” por seus colegas, que
apenas elevam a sua auto-estima durante as provas. Já os colantes acreditam que
conseguem as coisas com facilidade e raramente conseguem chegar a ter uma vida
profissional promissora.
PASSAR
COLA É TÃO GRAVE QUANTO COLAR: ATRAPALHA O DESENVOLVIMENTO DO COLEGA
COLANTE.
CONSEQUÊNCIAS
DO ATO DE COLAR E DE PASSAR A COLA:
Pensar com autonomia é pensar sozinho.
Contudo, quando as coisas são apresentadas de maneira finalizada ou concluída,
isso leva o sujeito que não foi educado a questionar e a refletir criticamente
ao CONFORMISMO.
Com a
atitude da cola acontece à mesma coisa, o aluno “COLANTE” se torna inseguro
e viciado nas ideias dos outros, e não se permite pensar com autonomia,
ESSA PRÁTICA LEVA À DEPENDÊNCIA.
QUEM FORNECE A COLA impede ao colega a oportunidade
de aprender com criticidade, tarefa tão importante para sua formação acadêmica
e profissional.
O ALUNO
viciado em COLA e conformado em receber um pensamento de outro (atores
dos livros ou colegas) por meio da cola, deixa de desafiar a si mesmo e
exercitar as operações de pensamento tais como: comparar, resumir, observar
conceitos, classificar, organizar dados, interpretar, buscar suposições e
formular hipóteses para se tornar um cárcere de si mesmo.
Vale
destacar que nas relações de trabalho, indivíduo não é valorizado pelas
notas que obteve na universidade, mas pelo merecimento intrínseco de
competências nas suas relações. As empresas desejam pessoas
equilibradas emocionalmente, com posturas éticas nos conflitos, que garantam
não só a prosperidade, mas a própria integração e a solidariedade de seus
colaboradores, além dos conhecimentos e habilidades adequados num curso de
formação universitária. Ou seja, não adianta o aluno tentar burlar os
estudos na escola, pois os verdadeiros testes e avaliações são realizados
diariamente na sua vida cotidiana e quem estará lá para passar a cola?!
A
ideia central deste texto é mostrar a urgente necessidade de novas
posturas dos alunos em relação ao fenômeno da cola na sala de aula – o fato é
que com a cola o aluno finge que aprende, obtém notas que
não merece e as recebe sem se importar com um fator importante: “a
honestidade”, bem como não se importar com o valor da
aprendizagem.
Dentro da
nossa premissa, os alunos devem, desde já, refletir sobre a ética e a cola na
sala de aula, conscientes como futuros profissionais que precisam dar
exemplos de conduta.
O SUJEITO APRENDE PARA TER NOVAS ATITUDES E
VALORES, POIS QUANDO O INDIVÍDUO APRENDE, ELE SE TRANSFORMA.
ANÁLISE
DO TEXTO:
Leia
o texto e reescreva as idéias principais.
1) Qual
a definição de cola?
2) Por
que colar é uma atitude negativa para quem cola e para quem passa a cola?
3- a) Por
que o aluno passa a cola?
b) Por que o aluno cola? Quais as
conseqüências dessa atitude?
4) A
“COLA” NA ESCOLA É A PRÁTICA DE CONSULTAS ÀS ESCONDIDAS DE IDEIAS E
RESPOSTAS ALHEIAS NAS SITUAÇÕES DE AVALIAÇÃO. Tendo em vista esta definição:
a) Cite
um exemplo na vida social (no trabalho, por exemplo) em você pode
ser prejudicado com condutas semelhantes a uma situação de cola na sala de
aula. Avalie esta situação.
b) Faça
uma definição própria para o termo “COLA” praticado na sala de aula
c) Desta
forma como você analisa a sua atitude na sala de aula?
5) Crie
um pequeno texto conclusivo (manuscrito de no mínimo 50 linhas) sobre a atitude
de colar e passar cola e as consequências.
http://marizetecajaiba.blogspot.com.br
sábado, 16 de maio de 2015
Exercícios finais de Ética, correção.
10 – Na herança socrática, a
ética grega estava fundamentada na razão, entendida com o capaz de saber
universal, e, portanto, de uma moral universal. Assim, o individuo que agia
conforme a razão agia corretamente para Sócrates, que também dizia ser o vicio
resultado da ignorância.
Platão entendia que o corpo, por
ser a sede dos desejos e paixões, muitas vezes desvia o individuo do caminho do
bem, então para alcançar a idéia do bem, é necessário purificar-se do mundo
material.
Aristóteles, por sua vez, dizia
que o fim ultimo de toda ação humana é a felicidade e que a felicidade maior
encontra-se na vida teórica, promovida pela razão.
11 – Pela concepção da ética
aristotélica toda ação humana tem como finalidade ultima a felicidade, mas em
geral o ser humano equivoca-se nessa busca, seja por excesso, seja pela falta
tanto nos atos como nas paixões. Assim, Aristóteles recomendava, para uma vida
virtuosa, o meio termo, o equilíbrio entre esses dois extremos, que seriam os
vícios. A virtude estaria no ponto médio entre eles.
12 – Primeiramente, é chamada de
ética cristã por que a filosofia do período medieval europeu for produzida
pelos primeiros padres da igreja católica. Assim, as concepções éticas que se
desenvolviam nesse período levam marca do cristianismo, tal como a ética Deontológica.
Por isso, caracterizou-se e diferenciou-se da ética grega por abandonar a visão
racionalista do período anterior, entendo o caminho ético como ele é aquele
orientado por Deus e a boa vontade e por atribuir uma importância até então
desconhecida, ao tratar a moral do ponto de vista estritamente pessoal, como
uma relação entre cada individuo e Deus, isolando-o de sua condição social.
13 – Ao tentar explicar como pode
existir p mal no mundo, se tudo vem de Deus, que é bondade infinita, Agostinho
formulou a tese de que cada individuo pode escolher livremente entre
aproximar-se de Deus o afastar-se “Dele”: o afastamento de Deus seria o mal, a
aproximação, o bem. Foi assim que Agostinho introduziu a idéia de escolha, de
liberdade individual, de livre arbítrio. Como cada individuo pode usar bem ou
mal esse livre arbítrio; é no bom uso da liberdade de escolha que está à
virtude, e no contrário, o vicio.
14 – A ética moderna é
considerada antropocêntrica porque, como humanismo renascentista, o ser humano
e suas possibilidades voltaram a ser o centro das reflexões filosóficas, o que
orientou uma concepção ética centrada na autonomia humana e em valores oriundos
da compreensão acerca do que seria a natureza humana. Isso se observa na frase
do iluminista Voltaire, que qualifica o “desprezo” social como o maior “freio
natural” e regulador do individuo nas ações injustas. Nada de fundamentações
teológicas , transcendentes, como na ética cristã. O que é insuportável para o
individuo é ser desprezado por seus semelhantes, e essa é a maior punição que
ele pode sofrer por seus erros.
15 – A ética kantiana
caracteriza-se por uma ética do dever, o dever entendido como expressão da
racionalidade humana, única fonte legitima da moralidade. Virtuoso, para Kant,
é todo ato praticado de forma autônoma, consciente, conforme o dever (ou seja,
de acordo com uma máxima) e por dever (porque se entende que ela deve ser uma
lei universal). Isso se expressa no imperativo categórico: “Age apenas segundo
uma máxima (um principio) tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne
lei universal”. Assim, as normas morais devem ser obedecidas como deveres, mas
se trata de um tipo de dever que se confunde com a própria noção de liberdade,
porque, para Kant, o individuo que obedece a uma norma moral que atende a
liberdade de razão, isto é, aquilo que a razão no uso de sua liberdade
determinou como correto. Dessa forma, a sujeição a norma moral é o
reconhecimento de sua legalidade, conferida pelos próprios indivíduos racionais.
Por isso, há virtude quando o individuo se submete as forças das máximas de seu
dever, de acordo com a ética Kantiana.
16 - a) Hegel insere-se nessa tendência
contemporânea ao questionar o formalismo kantiano e considerar a fundamentação
histórico-social dos sistemas morais de cada sociedade. Para ele, a moralidade
assume conteúdo diferenciado ao longo da historia das sociedades e a vontade
individual seria apenas um dos elementos da vida ética de uma sociedade em seu
conjunto. A moral seria o resultado de uma relação de cada individuo e o
conjunto social.
b) Marx insere-se nessa tendência
contemporânea ao conceber que todo sistema moral, por originar-se do contexto
histórico – social, também se constituiu em uma ideologia, pois seu conjunto de
normal expressa uma forma de consciência própria a cada momento do
desenvolvimento da existência social e, nesse sentido, seria uma das formas
assumidas, pela ideologia dominante em cada sociedade para impor determinados
valores, considerados necessários para manutenção dessa sociedade.
c) Habermas insere-se nessa
tendência contemporânea ao propor uma ética discursiva fundada, no dialogo e no
consenso entre os sujeitos, uma aposta de capacidade de entendimento entre as
pessoas na busca de uma ética democrática e não autoritária baseada em valores
validos e aceitos consensualmente. Assim, o que se buscaria nesse dialogo seria
o estabelecimento de uma razão comunicativa, que não existe pronta nem acabada,
mas que se constrói a partir de uma argumentação que leva a um entendimento
entre os indivíduos.
9 – a) A ação moralmente correta
é aquela em que o indivíduo adere conscientemente a uma norma moral e a cumpre,
reconhecendo-a como legitima. A ação moralmente má ou incorreta é aquela que
contraria determinada norma moral, embora o individuo que a pratique não tenha
intenção de contestá-la.
b) Enquanto na ação moralmente
incorreta o individuo simplesmente não cumpre a norma, sem a intenção de
questionar sua legitimidade, em uma situação de conflito ético ele se recusa
conscientemente a cumprir uma norma moral por entendê-la inadequadamente ou
ilegítima.
c) O nilismo ético caracteriza-se
pela negação radical de toda forma de normas morais, pela descrença
generalizada nos valores vigentes ou na possibilidade de estabelecer valores
universais. Por sua vez, o permissivismo moral, outra forma de negação dos
valores vigentes, seria um tipo de resposta que obedece mais a interesses
particulares e conveniências pessoais que a necessidade de contestar.
Ética para os:
- Sofistas (V a.C. a): ética é relativista.
- Sócrates (469-399 a.c): alma racional, normas e costumes.
- Platão (427-347 a.C.): racionalismo ético necessita da sociedade.
- Estóicos (332 a.C.): ética do autodomínio, controle individual, ataraxia.
- Epicurismo (320 a.C.): desviar a dor, prazer espiritual ataraxia:
- Aristóteles (384-322 a.C.): fim ultima felicidade ética do equilíbrio, eudaimonia
- Tomás de Aquino (1225-1274): ética cristã com ideias aristotélicas felicidade do fim ultimo.
- Agostinho (354-430): ética Deontológica imortalidade da alma, ideias platonista.
- Iluminismo (1570-1750/ XIV-XVII): natureza humana e racional.
- Kant (1724-1804): imperativo categórico, a máxima do bem é que ela se torne uma lei universal.
- Hegel (1770-1831): ética com influência da historia, sociedade e cultura.
- Marx (1818-1883): moral não absoluta fundamentação ideológica da moral.
- Habermas (1929): ética fundada no dialogo comunicação.
Digitação: Bruno Costa Pedroso.
domingo, 10 de maio de 2015
Texto para os Diálogos dos Segundos Anos
1
Fomos até o parque, o local de encontros
da universidade, nos sentamos debaixo de uma
árvore, e ela me olhou cheia de
expectativa.
— Sobre o que vamos conversar? —
perguntou.
— Sobre Lógica.
Ela pensou durante alguns segundos e
depois sentenciou:
— Interessante!
— A Lógica — comecei, limpando a
garganta — é a ciência do pensamento. Se quisermos pensar corretamente, é
preciso antes saber identificar as falácias mais comuns da Lógica. É o que abordar
hoje.
— Interessante! — exclamou ela, batendo
palmas de alegria.
Fiz uma careta, mas segui em frente, com
coragem.
— Vamos primeiro examinar uma falácia
chamada Dicto Simpliciter.
— Vamos — animou se ela, piscando os
olhos com animação.
— Dicto Simpliciter quer dizer um argumento baseado numa
generalização não qualificada. Por exemplo: o exercício é bom, portanto
todos devem se exercitar.
— Eu estou de acordo — disse Polly,
fervorosamente. — Quer dizer, o exercício é
maravilhoso. Isto é, desenvolve o corpo
e tudo.
— Polly — disse eu, com ternura — o
argumento é uma falácia. Dizer que o exercício é bom é uma generalização não qualificada.
Por exemplo: para quem sofre do coração, o exercício é ruim. Muitas pessoas têm
ordem de seus médicos para não exercitarem. É preciso qualificar a generalização.
Deve se dizer: o exercício é geralmente bom, ou é bom para a maioria das
pessoas. Do contrário está se cometendo um Dicto Simpliciter.
2
Você compreende?
— Não — confessou ela. — Mas isso é
interessante. Quero mais. Quero mais!
— Será melhor se você parar de puxar a
manga da minha camisa — disse eu e, quando ela parou, continuei:
— Em seguida, abordaremos uma falácia
chamada generalização apressada. Ouça com
atenção: você não sabe falar francês, eu
não sei falar francês, Petey Bellows não sabe falar francês. Devo portanto
concluir que ninguém na universidade sabe falar francês.
— É mesmo? — espantou-se Polly. —
Ninguém? Contive a minha impaciência.
— É uma falácia, Polly. A generalização
é feita apressadamente. Não há exemplos suficientes para justificar a
conclusão.
— Você conhece outras falácias? —
perguntou ela, animada. — Isto é até melhor do que dançar. — Esforcei me por
conter a onda de desespero que ameaçava me invadir. Não estava conseguindo nada
com aquela moça, absolutamente nada. Mas não sou outra coisa senão persistente.
Continuei.
— A seguir, vem o Post Hoc. Ouça:
Não levemos Bill conosco ao piquenique. Toda vez que ele vai junto, começa a
chover.
— Eu conheço uma pessoa exatamente assim
— exclamou Polly. — Uma moça da minha cidade, Eula Becker. Nunca falha. Toda
vez que ela vai junto a um piquenique...
— Polly — interrompi, com energia — é
uma falácia. Não é Eula Becker que causa a chuva. Ela não tem nada a ver com a
chuva. Você estará incorrendo em Post Hoc, se puser a culpa na
Eula Becker.
— Nunca mais farei isso — prometeu ela,
constrangida. — Você está bravo comigo?
3
— Não Polly —
suspirei. — Não estou bravo.
— Então conte outra falácia.
— Muito bem. Vamos experimentar as premissas
contraditórias.
— Vamos — exclamou ela alegremente. Franzi
a testa, mas continuei.
— Aí vai um exemplo de premissas
contraditórias. Se Deus pode fazer tudo, pode fazer uma pedra tão
pesada que ele mesmo não conseguirá levantar?
— É claro — respondeu ela imediatamente.
— Mas se ele pode fazer tudo, pode
levantar a pedra.
— É mesmo — disse ela, pensativa. — Bem,
então eu acho que ele não pode fazer a pedra.
— Mas ele pode fazer tudo — lembrei-lhe.
Ela coçou a cabeça linda e vazia.
— Estou confusa — admitiu.
— É claro que está. Quando as premissas
de um argumento se contradizem, não pode haver argumento. Se existe uma força
irresistível, não pode existir um objeto irremovível. Compreendeu?
— Conte outra dessas histórias
interessantes — disse Polly, entusiasmada. Consultei o relógio.
— Acho melhor parar por aqui. Levarei
você em casa, e lá pensará no que aprendeu hoje.
Sentado sob uma árvore, na noite
seguinte, disse:
— Nossa primeira falácia desta noite se
chama ad misericordiam. Ela estremeceu de emoção.
— Ouça com atenção — comecei — Um homem
vai pedir emprego. Quando o patrão
pergunta quais as suas qualificações, o
homem responde que tem uma mulher e dois filhos em casa, que a mulher e
aleijada, as crianças não tem o que comer, não tem o que vestir nem o que
calçar, a casa não tem camas, não há carvão no porão e o inverno se aproxima.
Uma lágrima desceu por cada uma das
faces rosadas de Polly.
— Isso é horrível, horrível! — soluçou.
— É horrível — concordei — mas não é um
argumento. O homem não respondeu à pergunta do patrão sobre as suas
qualificações. Ao invés disso, tentou despertar a sua compaixão. Cometeu a falácia
de ad
misericordiam. Compreendeu?
4
Dei-lhe
um lenço e fiz o possível para não gritar enquanto ela enxugava os olhos. — A
seguir — disse, controlando o tom da voz — discutiremos a falsa analogia.
Eis um exemplo: deviam permitir aos estudantes consultar seus livros durante os
exames. Afinal, os cirurgiões levam as radiografias para se guiarem durante uma
operação, os advogados consultam
seus papéis durante um julgamento, os
construtores têm plantas que os orientam na construção de uma casa. Por quê,
então, não deixar que os alunos recorram a seus livros durante uma prova?
— Pois olhe — disse ela entusiasmada —
está e a idéia mais interessante que eu já ouvi há muito tempo.
— Polly — disse eu com impaciência — o
argumento é falacioso. Os cirurgiões, os
advogados e os construtores não estão
fazendo teste para ver o que aprenderam, e os estudantes sim. As situações são
completamente diferentes e não se pode fazer analogia entre elas.
— Continuo achando a idéia interessante
— disse Polly.
— Santo Cristo! — murmurei, com
impaciência.
— A seguir, tentaremos a hipótese contrária
ao fato.
— Essa parece ser boa — foi a reação de
Polly.
— Preste atenção: se Madame Curie não
deixasse, por acaso, uma chapa fotográfica numa gaveta junto com uma pitada de
pechblenda, nós hoje não saberíamos da existência do rádio.
— É mesmo, é mesmo — concordou Polly,
sacudindo a cabeça. — Você viu o filme? Eu fiquei louca pelo filme. Aquele
Walter Pidgeon é tão bacana! Ele me faz vibrar.
— Se conseguir esquecer o Sr. Pidgeon
por alguns minutos — disse eu, friamente — gostaria de lembrar que o que eu
disse é uma falácia. Madame Curie teria descoberto o rádio de alguma outra
maneira. Talvez outra pessoa o descobrisse. Muita coisa podia acontecer. Não se
pode partir de uma hipótese que não é verdadeira e tirar dela qualquer
conclusão defensável.
— Eles deviam colocar o Walter Pidgeon
em mais filmes — disse Polly — Eu quase não vejo ele no cinema.
5
Mais uma tentativa, decidi. Mas só mais
uma. Há um limite para o que podemos suportar.
— A próxima falácia é chamada de envenenar
o poço. (Argumento Contra o Homem)
— Que engraçadinho! — deliciouse Polly.
— Dois homens vão começar um debate. O
primeiro se levante e diz: ‘o meu oponente é um mentiroso conhecido. Não é
possível acreditar numa só apalavra do que ele disser’. Agora, Polly, pense
bem, o que está errado? Via enrugar a sua testa cremosa, concentrando se. De
repente, um brilho de inteligência — o primeiro que vira — surgiu nos seus
olhos.
— Não é justo! — disse ela com
indignação — Não é justo. O primeiro envenenou o poço antes que os outros
pudesse beber dele. Atou as mãos do adversário antes da luta começar... Polly, estou
orgulhoso de você. — Ora — murmurou ela, ruborizando de prazer.
— Como vê, minha querida, não é tão
difícil. Só requer concentração. É só pensar, examinar, avaliar. Venha, vamos
repassar tudo o que aprendemos até agora. — Vamos lá — disse ela, com um abano
distraído da mão.
Animado pela descoberta de que Polly não
era uma cretina total, comecei uma longa e paciente revisão de tudo o que
dissera até ali. Sem parar citei exemplos, apontei falhas, martelei sem dar
trégua. Era como cavar um túnel. A princípio, trabalho duro e escuridão. Não
tinha idéia de quando veria a luz ou mesmo se a veria. Mas insisti. Dei duro,
até que fui recompensado.. — Polly, disse eu, na próxima vez que nos sentamos
sob a árvore — hoje não falaremos de
falácias.
— Puxa! — disse ela, desapontada.
— Minha querida — prossegui, favorecendo-a
com um sorriso — hoje é a sexta noite que estamos juntos. Nos demos
esplendidamente bem. Não há dúvidas de que formamos um bom par.
— Generalização apressada —
exclamou ela, alegremente.
— Perdão — disse eu.
— Generalização apressada —
repetiu ela. — Como é que você pode dizer que formamos um bom par baseado em
apenas cinco encontros?
Dei uma risada, contente. Aquela criança
adorável aprendera bem as suas lições.
6
— Minha querida — disse eu, dando um
tapinha tolerante na sua mão — cinco encontros são o bastante. Afinal, não é
preciso comer um bolo inteiro para saber se ele é bom ou não.
— Falsa Analogia — disse Polly
prontamente — eu não sou um bolo, sou uma pessoa.
Dei outra risada, já não tão contente. A
criança adorável talvez tivesse aprendido a sua lição bem demais.
Resolvi mudar de tática. Obviamente, o
indicado era uma declaração de amor simples, direta e convincente. Fiz uma
pausa, enquanto o meu potente cérebro selecionava as palavras adequadas. Depois
reiniciei.
— Polly, eu te amo. Você é tudo no mundo
pra mim, é a lua e a estrelas e as constelações no firmamento. For favor, minha
querida, diga que será minha namorada, senão a minha vida não terá mais
sentido. Enfraquecerei, recusarei comida, vagarei pelo mundo aos tropeções, um
fantasma de olhos vazios. Pronto, pensei; está liquidado o assunto.
— Ad misericordiam — disse
Polly.
Cerrei os dentes. Eu não era Pigmaleão;
era Frankenstein, e o meu monstro me tinha pela garganta. Lutei
desesperadamente contra o pânico que ameaçava invadirme.
Era preciso manter a calma a qualquer
preço. — Bem, Polly — disse, forçando um sorriso — não há dúvida que você
aprendeu bem as falácias.
— Aprendi mesmo — respondeu ela,
inclinando a cabeça com vigor.
— E quem foi que ensinou a você, Polly?
— Foi você.
— Isso mesmo. E portanto você me deve
alguma coisa, não é mesmo, minha querida?
7
Se não fosse por mim, você nunca saberia
o que é uma falácia.
—
Hipótese Contrária ao Fato —
disse ela sem pestanejar.
Enxuguei o suor do rosto.
— Polly — insisti, com voz rouca — você
não deve levar tudo ao pé da letra. Estas coisas só têm valor acadêmico. Você
sabe muito bem que o que aprendemos na escola nada tem a ver com a vida.
— Dicto Simpliciter — brincou
ela, sacudindo o dedo na minha direção.
Foi o bastante. Levantei-me num salto,
berrando como um touro.
— Você vai ou não vai me namorar?
— Não vou — respondeu ela.
— Por que não? — exigi.
— Porque hoje à tarde eu prometi a Petey
Bellows que eu seria a namorada dele.
Quase caí para trás, fulminado por
aquela infâmia. Depois de prometer, depois de fecharmos negócio, depois de
apertar a minha mão!
— Aquele rato! — gritei, chutando a
grama. — Você não pode sair com ele, Polly. É um mentiroso. Um traidor. Um
rato.
— Envenenar o poço — disse
Polly — E pare de gritar. Acho que gritar também deve ser uma falácia.
Com uma admirável demonstração de força
de vontade, modulei a minha voz.
— Muito bem — disse — você é uma lógica.
Vamos olhar as coisas logicamente. Como pode preferir Petey Bellows? Olhe para
mim: um aluno brilhante, um intelectual formidável, um homem com futuro
assegurado. E veja Petey: um maluco, um boa vida, um sujeito que nunca saberá
se vai comer ou não no dia seguinte. Você pode me dar uma única razão lógica
para namorar Petey Bellows?
— Posso sim — declarou Polly — Ele tem
uma jaqueta de couro preto.
(Em: As calcinhas corderosa do capitão.
Porto Alegre: Ed. Globo, 1973)
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