segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Videos de Descartes

Hoje o 2NC5 me perguntou sobre vídeo aula que poderia ajudar no entendimento do trabalho.
 Separei  três vídeos, espero que gostem.





segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Segue em anexo o link para ter no celular o livro de Descartes, Meditações Metafísicas.
Aos que já tiveram aula hoje já sabem do que se trata, aos demais se quiserem podem baixar e a explicação sobre o trabalho será  SOMENTE EM SALA DE AULA.

https://drive.google.com/file/d/0B2-8d_C76W2DZktMd2NsT2U2WEE/view?usp=sharing


domingo, 28 de junho de 2015

Resolução: Exercícios Falácias.

(7) APELO À IGNORÂNCIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Nenhum matemático foi capaz, até hoje, de demonstrar a verdade da Conjectura de
Goldbach.
∴ A Conjectura de Goldbach é falsa.
Obviamente não decorre, do fato de que ninguém tenha conseguido provar a Conjectura
de Goldbach, que ela seja falsa. (Essa conjectura, a propósito, diz que todo número par
maior do que 2 pode ser escrito como a soma de dois números primos. É um problema
ainda não resolvido em matemática.)

(8) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Véio Zé jura que viu um disco voador pousar no sítio dele.
O Véio Zé nunca passou da segunda série do primeiro grau, e mal sabe ler ou escrever.
O Véio Zé não tem a menor idéia do que os cientistas escreveram sobre o assunto.
∴ O relato que o Véio Zé fez não tem possibilidade alguma de ser verdadeiro.
As afirmações do Véio Zé estão sendo desqualificadas porque ele mal sabe ler etc.

(9) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Toda pessoa que agride, deliberadamente, uma outra pessoa deve ser punida.
Um lutador de boxe agride, deliberadamente, seus adversários.
∴ Um lutador de boxe deve ser punido com severidade.
É claro que em geral uma pessoa não deve agredir outra — mas isso não se aplica ao caso
excepcional de uma luta de boxe, onde supõe-se que os adversários se agridam.

(10) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
As esposas de homens bem-sucedidos na vida vestem roupas caras
∴ Para uma mulher ajudar seu marido a triunfar, ela deve comprar um guarda-roupa
caro.
O fato de que os maridos são bem-sucedidos é o que possibilita às esposas terem roupas
caras — e não o contrário. Há uma inversão de causa e efeito.

(11) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Povos inteiros a invocaram e defenderam a Inquisição.
Até os adversários da Inquisição a aplicaram por conta própria.
∴ A Inquisição deve ter sido justificada e benéfica.
Só porque povos inteiros (alguns) invocaram e defenderam a Inquisição não é razão para ela ter
sido benéfica. “Todo mundo fez assim” não deixa a coisa mais certa.

(12) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Um caso semelhante ao primeiro exemplo desta lista —
acusa-se o Estado Maior de só estar preocupado com os próprios interesses. Seria uma
versão circunstancial do argumento contra o homem.

(13) APELO À IGNORÂNCIA.

(14) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Todos estão dizendo que aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o
adversário fazer mais gols.
∴ Aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o adversário fazer mais
gols.
“Todo mundo diz que” não é razão para a verdade de uma afirmação, claro.

(15) APELO À AUTORIDADE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Dr. Freud, um dos grandes teóricos europeus, afirmou que é impossível, para o
homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
∴ É impossível, para o homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
No caso, recorre-se à autoridade de Sigmund Freud, famoso por ser o fundador da psicanálise.

(16) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O uso de narcóticos cria dependência.
∴ Se você permitir que seu médico lhe alivie as dores com um narcótico, você se
converterá num viciado.
Que narcóticos criem dependência é uma afirmação geral. Usar narcóticos num caso particular,
sob supervisão médica, é uma exceção a essa regra.

(17) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Meus pais não me deixaram ir ao cinema à noite passada.
Meus pais não me deixaram ficar até mais tarde vendo televisão.
∴ Meus pais nunca permitem que eu me divirta.
Argumenta-se a partir de apenas dois casos para a conclusão de que “nunca deixam que
eu me divirta”.

(18) APELO À PIEDADE. Recorre-se à misericórdia do júri para a conclusão de que o réu é inocente.

(19) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Aquele novo estudante diz que sou seu professor favorito.
Nenhum estudante mentiria a seu professor favorito.
∴ Sou o professor favorito daquele novo estudante.
A conclusão é de que “sou o professor favorito daquele estudante”, e a razão é de que
“um estudante não mentiria ao seu professor favorito”. Está, assim, sendo pressuposto
que “sou o professor favorito daquele estudante”, que é a conclusão do argumento.

(20) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
A Regra de Ouro é básica para todo sistema ético até hoje criado, e todos a aceitam
sob uma forma ou outra.
O fato de que todos aceitem a Regra de Ouro não quer dizer que seja um princípio moral
sólido.

(21) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de atacar a filosofia de Nietzsche, ataca-se o filósofo.

(22) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O General Grant bebia muito uísque.
O General Grant estava ganhando muitas batalhas.
∴ Para também ganharem batalhas, os outros generais também deviam beber muito
uísque.
O erro está em supor que as vitórias do General Grant eram causadas porque ele bebia
muito — daí a idéia de que se os outros generais beberem daquele uísque, também vão
vencer muitas batalhas.

(23) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
É necessário confinar os criminosos e encerrar os maníacos perigosos.
∴ Nada existe de errado em privar as pessoas de sua liberdade.
Não se pode generalizar (“não é errado privar as pessoas de sua liberdade”) a partir do
caso especial de prender criminosos. Temos um “acidente” convertido em regra geral.

(24) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão do argumento é de que Deus existe. Qual é a justificativa?
A de que a Bíblia diz isso. E por que é verdade o que diz a Bíblia? A razão é a de
que a Bíblia é a palavra revelada de Deus — mas note-se que esta razão pressupõe que
Deus exista. Portanto, temos uma argumentação circular: quem apresentou o argumento
já pressupõe que Deus existe, para concluir que Ele existe.

(25) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de responder a Sócrates, Trasímaco passa a atacar pessoalmente o filósofo.

(26) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Mais jovens frequentam hoje ginásios e colégios do que em qualquer outra época da
história de nosso país.
Existe hoje mais delinquência juvenil do que em qualquer outro tempo.
∴ Para eliminar a delinquência juvenil devemos abolir as escolas.
As escolas não causam o aumento da delinquência juvenil — isso pode ter aumentado,
por exemplo, pela razão de que há mais jovens do que antigamente.

(27) APELO À IGNORÂNCIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Não há prova alguma de que o secretário vazou a notícia para os jornais.
∴ O secretário não vazou a notícia para os jornais.
Evidentemente, argumenta-se a partir da falta de informação para concluir o contrário.

(28) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Exemplo da versão circunstancial do argumento contra o
homem, semelhante ao exercício 12 desta lista.

(29) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão final é de que “nosso time é o mais destacado do
torneio”. Mas a razão última é de que o time é a melhor equipe do torneio — há um
círculo na argumentação.

(30) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento seria assim:
O rei da Inglaterra violou, perversamente, todas as obrigações morais e humanas,
calcou aos pés a natureza e a consciência etc.
∴ Pouco interessa agora o que o rei da Inglaterra diga ou faça.

(31) FALSA CAUSA. O erro está em supor que entrar ao partido republicano iria fazer com que
Benjamin Fernandez ficasse rico, quando o que de fato acontece é que alguém primeiro
fica rico e depois entra no partido republicano.

(32) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. Só porque aconteceram coisas ruins em duas segundas-feiras não significa que isso aconteça em todas elas.

(33) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.

(34) APELO À IGNORÂNCIA.

(35) ACIDENTE. O caso de estudantes prestando exames é uma situação muito especial — eles
estão sendo avaliados a respeito de seu conhecimento, o que não acontece com profissionais
em seu trabalho diário.

(36) APELO À AUTORIDADE. No caso, o Padre Malebranche.

(37) ACIDENTE. A propriedade “acidental” — o preço da saca de feijão — pode variar de uma
época a outra. A regra vale apenas para aquilo que foi plantado, feijão, não seu preço.

(38) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.

(39) FALSA CAUSA. Mais um exemplo de uma falsa correlação causal — só porque, em números
absolutos, há mais pessoas consumindo leite, e mais pessoas morrendo de câncer, não
justifique que uma coisa seja causa da outra.

(40) APELO À IGNORÂNCIA.

(41) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM

Resolução da Tarefa: Dedução e Indução.


(a) R: Dedutivo. O argumento é válido; automaticamente dedutivo, portanto.
(b) R: Podemos dizer que o argumento é indutivo, mas, dependendo de como entendermos
a conclusão (como se limitando apenas a discos voadores na Terra) mais
forte ou mais fraco.
(c) R: Dedutivo.
(d) R: Dedutivo.
(e) R: Indutivo. Já que os remédios são bem parecidos, parece haver uma boa probabilidade
da conclusão ser verdadeira.
(f) R: Indutivo. ‘Frequentemente’ indica que há uma boa probabilidade da conclusão
ser verdaderia — sem dar garantias, evidentemente.
(g) R: Dedutivo.
(h) R: Inválido.
(i) R: Dedutivo.
(j) R: O argumento parece realmente muito fraco. Poderíamos considerá-lo indutivo.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Cola e a Escola


“De tanto triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (RUI BARBOSA)

"Era só cola de prova, nada demais", geralmente é o que se pensa quando se cola, nunca imaginamos a proporção e os perigos que se iniciam com o ato desonesto de colar.
Não se trata apenas de cola: trata-se de uma postura não só imoral, mas corrupta. O que gera esse comportamento é o mesmo princípio que norteia os esquemas de corrupção: ludibriar o outro, burlar as regras morais, para conseguir vantagens e prêmios. É a manifestação expressa do famoso "jeitinho brasileiro". O mesmo “jeitinho brasileiro” que tanto reclamamos quando alguém fura a fila, estaciona em vaga de deficiente, não nos entrega o troco corretamente e claro a mesma imoralidade dos nossos políticos.

Como reclamar quando somos lesados por um troco errado? Afinal a pessoal pode muito bem ter colado na aula de matemática e não sabe contar? Absurdo você deve estar imaginando, não é a mesma coisa podes estar pensando, pois pergunto, e por que não? Afinal a trapaça se inicia nas pequenas coisas, não adianta reclamar da imoralidade do mundo, do sistema político, na corrupção na policia, na saúde, quando não nos comprometemos com a nossa própria moralidade.
 Kant dizia: faça o bem a ponto que ele se torne uma lei universal, você querido aluno, gostaria de ser operado por um médico que passou todos os anos da faculdade colando e nada sabe? Você gostaria de receber uma nota baixa e ver seu amigo que colou e agiu de forma imoral receber nota dez?
Você com certeza está se justificando com a afirmação de que esta apenas no Ensino Médio, mas eu lhe afirmo, se você cola agora continuará fazendo  essa ação imoral na faculdade. Quem irá lhe passar cola no ENEM? Quem irá lhe passar cola no vestibular? Lembrando que a cola nesses exames são punidas com até dois anos de reclusão, pense o que dá um simples cola!
Segue abaixo o texto reflexivo da professora Marizete Oliveira reelaborado, complementado e corrigido por mim professora Patrícia.

A ÉTICA E A MORAL E A COLA NA SALA DE AULA

No decorrer do ano letivo é comum o aluno passar por um assunto muitas vezes discutido: A ética. Indagações são feitas tais como: O que é ser ético? O que é ética? O que é ser moralmente correto? Sou moralmente correto? Sou ético?          
  
“A ética e a moral é daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que não são fáceis de explicar, quando pergunta principalmente se mexe com nossos próprios interesses.” 
           
 Não se satisfazendo com essa definição, surge uma inquietude que se faz necessário verificar a história da palavra. Etimologicamente, ela é originada do grego ethos, que significa modo de ser ou o caráter. Em Filosofia, a ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. É uma conduta humana que se qualifica como bem ou mal e muitas vezes são associadas com a moral.
           
 Lançam-se duas perguntas, mas estas devem ser respondidas no fórum íntimo de cada um:

1. Até que ponto comprometo a minha ética quando realizo a prática da cola, no processo de avaliação ?

2. Deixo de agir com ética quando forneço a resposta da avaliação ao meu colega de classe?

     Antes de responder é preciso entender que a busca do conhecimento, por definição, envolve COMPROMISSO e RESPONSABILIDADE. Para tanto, se o aluno pratica a cola, além de negar o seu compromisso com seu saber, se comporta de maneira irresponsável com o seu futuro profissional e consequentemente deixa de ter uma atitude e uma postura ética.

É válido destacar que a ética, neste caso, está vinculada a outro valor positivo para a sociedade: A HONESTIDADE. 

Portanto é preciso reforçar a ideia de que a cola é uma atitude negativa e pode se tornar VICIOSA E PREJUDICIAL, na formação de valores e princípios éticos.

A “cola” na escola é a prática de consultas às escondidas de  ideias e respostas alheias nas situações de avaliação.
     
 Há basicamente dois tipos de cola: a individual, onde envolve somente o aluno que se utiliza de métodos próprios (papeizinhos escondidos, mensagem de celular, fone de ouvido, etc.) e a cola de parceria, onde um aluno passa a informação para um ou mais colegas.
    
     Estudos  mostram que muitos alunos que passam a cola, querem, na verdade demonstrar um ar de superioridade na sala de aula o que não compete na realidade, pois são apenas usados como uma “ferramenta” por seus colegas, que apenas elevam a sua auto-estima durante as provas. Já os colantes acreditam que conseguem as coisas com facilidade e raramente conseguem chegar a ter uma vida profissional promissora.

PASSAR COLA É TÃO GRAVE QUANTO COLAR: ATRAPALHA O DESENVOLVIMENTO DO COLEGA COLANTE.

CONSEQUÊNCIAS DO ATO DE COLAR E DE PASSAR A COLA:
       
 Pensar com autonomia é pensar sozinho. Contudo, quando as coisas são apresentadas de maneira finalizada ou concluída, isso leva o sujeito que não foi educado a questionar e a refletir criticamente ao CONFORMISMO.
Com a atitude da cola acontece à mesma coisa, o aluno “COLANTE” se torna inseguro e viciado nas ideias dos outros, e não se permite pensar com autonomia, ESSA PRÁTICA LEVA À DEPENDÊNCIA.
     
 QUEM FORNECE A COLA impede ao colega a  oportunidade de aprender com criticidade, tarefa tão importante para sua formação acadêmica e profissional.
    
 O ALUNO viciado em COLA e conformado em receber um pensamento de outro (atores dos livros ou colegas) por meio da cola, deixa de desafiar a si mesmo e exercitar as operações de pensamento tais como: comparar, resumir, observar conceitos, classificar, organizar dados, interpretar, buscar suposições e formular hipóteses para se tornar um cárcere de si mesmo.

Vale destacar que nas relações de trabalho, indivíduo não é valorizado pelas notas que obteve na universidade, mas pelo merecimento intrínseco de competências nas suas relações. As empresas desejam pessoas equilibradas emocionalmente, com posturas éticas nos conflitos, que garantam não só a prosperidade, mas a própria integração e a solidariedade de seus colaboradores, além dos conhecimentos e habilidades adequados num curso de formação universitária. Ou seja, não adianta o aluno tentar burlar os estudos na escola, pois os verdadeiros testes e avaliações são realizados diariamente na sua vida cotidiana e quem estará lá para passar a cola?!
       
 A ideia central deste texto é mostrar a urgente necessidade de novas posturas dos alunos em relação ao fenômeno da cola na sala de aula – o fato é que com a cola o aluno  finge que aprende, obtém  notas que não merece e as recebe sem se importar com um fator importante: “a honestidade”, bem como não se importar com o valor da aprendizagem.

Dentro da nossa premissa, os alunos devem, desde já, refletir sobre a ética e a cola na sala de aula, conscientes como futuros profissionais  que precisam dar exemplos de conduta.
     
 O SUJEITO APRENDE PARA TER NOVAS ATITUDES E VALORES, POIS QUANDO O INDIVÍDUO APRENDE, ELE SE TRANSFORMA.  
     

ANÁLISE DO TEXTO:

 Leia o texto e reescreva as idéias principais.

1)  Qual a definição de cola?

2)  Por que colar é uma atitude negativa  para quem cola e para quem passa a cola?

3- a) Por que o aluno passa a cola?
   b) Por que o aluno cola? Quais as conseqüências dessa atitude?

4) A “COLA” NA ESCOLA É A PRÁTICA DE CONSULTAS ÀS ESCONDIDAS DE  IDEIAS E RESPOSTAS ALHEIAS NAS SITUAÇÕES DE AVALIAÇÃO. Tendo em vista esta definição:
a) Cite um exemplo na vida social  (no trabalho, por exemplo) em você  pode ser prejudicado com condutas semelhantes a uma situação de cola na sala de aula. Avalie esta situação.
b) Faça uma definição própria para o termo “COLA” praticado na sala de aula
c) Desta forma como você analisa a sua atitude na sala de aula?

5) Crie um pequeno texto conclusivo (manuscrito de no mínimo 50 linhas) sobre a atitude de colar e passar cola  e as consequências.


http://marizetecajaiba.blogspot.com.br

sábado, 16 de maio de 2015

Exercícios finais de Ética, correção.

10 – Na herança socrática, a ética grega estava fundamentada na razão, entendida com o capaz de saber universal, e, portanto, de uma moral universal. Assim, o individuo que agia conforme a razão agia corretamente para Sócrates, que também dizia ser o vicio resultado da ignorância.
Platão entendia que o corpo, por ser a sede dos desejos e paixões, muitas vezes desvia o individuo do caminho do bem, então para alcançar a idéia do bem, é necessário purificar-se do mundo material.
Aristóteles, por sua vez, dizia que o fim ultimo de toda ação humana é a felicidade e que a felicidade maior encontra-se na vida teórica, promovida pela razão.

11 – Pela concepção da ética aristotélica toda ação humana tem como finalidade ultima a felicidade, mas em geral o ser humano equivoca-se nessa busca, seja por excesso, seja pela falta tanto nos atos como nas paixões. Assim, Aristóteles recomendava, para uma vida virtuosa, o meio termo, o equilíbrio entre esses dois extremos, que seriam os vícios. A virtude estaria no ponto médio entre eles.

12 – Primeiramente, é chamada de ética cristã por que a filosofia do período medieval europeu for produzida pelos primeiros padres da igreja católica. Assim, as concepções éticas que se desenvolviam nesse período levam marca do cristianismo, tal como a ética Deontológica. Por isso, caracterizou-se e diferenciou-se da ética grega por abandonar a visão racionalista do período anterior, entendo o caminho ético como ele é aquele orientado por Deus e a boa vontade e por atribuir uma importância até então desconhecida, ao tratar a moral do ponto de vista estritamente pessoal, como uma relação entre cada individuo e Deus, isolando-o de sua condição social.

13 – Ao tentar explicar como pode existir p mal no mundo, se tudo vem de Deus, que é bondade infinita, Agostinho formulou a tese de que cada individuo pode escolher livremente entre aproximar-se de Deus o afastar-se “Dele”: o afastamento de Deus seria o mal, a aproximação, o bem. Foi assim que Agostinho introduziu a idéia de escolha, de liberdade individual, de livre arbítrio. Como cada individuo pode usar bem ou mal esse livre arbítrio; é no bom uso da liberdade de escolha que está à virtude, e no contrário, o vicio.

14 – A ética moderna é considerada antropocêntrica porque, como humanismo renascentista, o ser humano e suas possibilidades voltaram a ser o centro das reflexões filosóficas, o que orientou uma concepção ética centrada na autonomia humana e em valores oriundos da compreensão acerca do que seria a natureza humana. Isso se observa na frase do iluminista Voltaire, que qualifica o “desprezo” social como o maior “freio natural” e regulador do individuo nas ações injustas. Nada de fundamentações teológicas , transcendentes, como na ética cristã. O que é insuportável para o individuo é ser desprezado por seus semelhantes, e essa é a maior punição que ele pode sofrer por seus erros.

15 – A ética kantiana caracteriza-se por uma ética do dever, o dever entendido como expressão da racionalidade humana, única fonte legitima da moralidade. Virtuoso, para Kant, é todo ato praticado de forma autônoma, consciente, conforme o dever (ou seja, de acordo com uma máxima) e por dever (porque se entende que ela deve ser uma lei universal). Isso se expressa no imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima (um principio) tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. Assim, as normas morais devem ser obedecidas como deveres, mas se trata de um tipo de dever que se confunde com a própria noção de liberdade, porque, para Kant, o individuo que obedece a uma norma moral que atende a liberdade de razão, isto é, aquilo que a razão no uso de sua liberdade determinou como correto. Dessa forma, a sujeição a norma moral é o reconhecimento de sua legalidade, conferida pelos próprios indivíduos racionais. Por isso, há virtude quando o individuo se submete as forças das máximas de seu dever, de acordo com a ética Kantiana.

16 - a) Hegel insere-se nessa tendência contemporânea ao questionar o formalismo kantiano e considerar a fundamentação histórico-social dos sistemas morais de cada sociedade. Para ele, a moralidade assume conteúdo diferenciado ao longo da historia das sociedades e a vontade individual seria apenas um dos elementos da vida ética de uma sociedade em seu conjunto. A moral seria o resultado de uma relação de cada individuo e o conjunto social.
b) Marx insere-se nessa tendência contemporânea ao conceber que todo sistema moral, por originar-se do contexto histórico – social, também se constituiu em uma ideologia, pois seu conjunto de normal expressa uma forma de consciência própria a cada momento do desenvolvimento da existência social e, nesse sentido, seria uma das formas assumidas, pela ideologia dominante em cada sociedade para impor determinados valores, considerados necessários para manutenção dessa sociedade.
c) Habermas insere-se nessa tendência contemporânea ao propor uma ética discursiva fundada, no dialogo e no consenso entre os sujeitos, uma aposta de capacidade de entendimento entre as pessoas na busca de uma ética democrática e não autoritária baseada em valores validos e aceitos consensualmente. Assim, o que se buscaria nesse dialogo seria o estabelecimento de uma razão comunicativa, que não existe pronta nem acabada, mas que se constrói a partir de uma argumentação que leva a um entendimento entre os indivíduos.

9 – a) A ação moralmente correta é aquela em que o indivíduo adere conscientemente a uma norma moral e a cumpre, reconhecendo-a como legitima. A ação moralmente má ou incorreta é aquela que contraria determinada norma moral, embora o individuo que a pratique não tenha intenção de contestá-la.
b) Enquanto na ação moralmente incorreta o individuo simplesmente não cumpre a norma, sem a intenção de questionar sua legitimidade, em uma situação de conflito ético ele se recusa conscientemente a cumprir uma norma moral por entendê-la inadequadamente ou ilegítima.
c) O nilismo ético caracteriza-se pela negação radical de toda forma de normas morais, pela descrença generalizada nos valores vigentes ou na possibilidade de estabelecer valores universais. Por sua vez, o permissivismo moral, outra forma de negação dos valores vigentes, seria um tipo de resposta que obedece mais a interesses particulares e conveniências pessoais que a necessidade de contestar.

Ética para os:

  • Sofistas (V a.C. a):  ética é relativista.
  • Sócrates (469-399 a.c): alma racional, normas e costumes.
  • Platão (427-347 a.C.):  racionalismo ético necessita da sociedade.
  • Estóicos (332 a.C.): ética do autodomínio, controle individual, ataraxia.
  • Epicurismo (320 a.C.): desviar a dor, prazer espiritual ataraxia:
  • Aristóteles (384-322 a.C.): fim ultima felicidade ética do equilíbrio, eudaimonia
  • Tomás de Aquino (1225-1274): ética cristã com ideias aristotélicas felicidade do fim ultimo.
  • Agostinho (354-430): ética Deontológica imortalidade da alma, ideias platonista.
  • Iluminismo (1570-1750/ XIV-XVII): natureza humana e racional.
  • Kant (1724-1804): imperativo categórico, a máxima do bem é que ela se torne uma lei universal.
  • Hegel (1770-1831): ética com influência da historia, sociedade e cultura.
  • Marx (1818-1883): moral não absoluta fundamentação ideológica da moral.
  • Habermas (1929): ética fundada no dialogo comunicação.




Digitação: Bruno Costa Pedroso.

domingo, 10 de maio de 2015

Texto para os Diálogos dos Segundos Anos

1
Fomos até o parque, o local de encontros da universidade, nos sentamos debaixo de uma
árvore, e ela me olhou cheia de expectativa.
— Sobre o que vamos conversar? — perguntou.
— Sobre Lógica.
Ela pensou durante alguns segundos e depois sentenciou:
— Interessante!
— A Lógica — comecei, limpando a garganta — é a ciência do pensamento. Se quisermos pensar corretamente, é preciso antes saber identificar as falácias mais comuns da Lógica. É o que abordar hoje.
— Interessante! — exclamou ela, batendo palmas de alegria.
Fiz uma careta, mas segui em frente, com coragem.
— Vamos primeiro examinar uma falácia chamada Dicto Simpliciter.
— Vamos — animou se ela, piscando os olhos com animação.
Dicto Simpliciter quer dizer um argumento baseado numa generalização não qualificada. Por exemplo: o exercício é bom, portanto todos devem se exercitar.
— Eu estou de acordo — disse Polly, fervorosamente. — Quer dizer, o exercício é
maravilhoso. Isto é, desenvolve o corpo e tudo.
— Polly — disse eu, com ternura — o argumento é uma falácia. Dizer que o exercício é bom é uma generalização não qualificada. Por exemplo: para quem sofre do coração, o exercício é ruim. Muitas pessoas têm ordem de seus médicos para não exercitarem. É preciso qualificar a generalização. Deve se dizer: o exercício é geralmente bom, ou é bom para a maioria das pessoas. Do contrário está se cometendo um Dicto Simpliciter.

 2
Você compreende?
— Não — confessou ela. — Mas isso é interessante. Quero mais. Quero mais!
— Será melhor se você parar de puxar a manga da minha camisa — disse eu e, quando ela parou, continuei:
— Em seguida, abordaremos uma falácia chamada generalização apressada. Ouça com
atenção: você não sabe falar francês, eu não sei falar francês, Petey Bellows não sabe falar francês. Devo portanto concluir que ninguém na universidade sabe falar francês.
— É mesmo? — espantou-se Polly. — Ninguém? Contive a minha impaciência.
— É uma falácia, Polly. A generalização é feita apressadamente. Não há exemplos suficientes para justificar a conclusão.
— Você conhece outras falácias? — perguntou ela, animada. — Isto é até melhor do que dançar. — Esforcei me por conter a onda de desespero que ameaçava me invadir. Não estava conseguindo nada com aquela moça, absolutamente nada. Mas não sou outra coisa senão persistente. Continuei.
— A seguir, vem o Post Hoc. Ouça: Não levemos Bill conosco ao piquenique. Toda vez que ele vai junto, começa a chover.
— Eu conheço uma pessoa exatamente assim — exclamou Polly. — Uma moça da minha cidade, Eula Becker. Nunca falha. Toda vez que ela vai junto a um piquenique...
— Polly — interrompi, com energia — é uma falácia. Não é Eula Becker que causa a chuva. Ela não tem nada a ver com a chuva. Você estará incorrendo em Post Hoc, se puser a culpa na Eula Becker.
— Nunca mais farei isso — prometeu ela, constrangida. — Você está bravo comigo?

                                                     
3
— Não Polly — suspirei. — Não estou bravo.
— Então conte outra falácia.
— Muito bem. Vamos experimentar as premissas contraditórias.
— Vamos — exclamou ela alegremente. Franzi a testa, mas continuei.
— Aí vai um exemplo de premissas contraditórias. Se Deus pode fazer tudo, pode fazer uma pedra tão pesada que ele mesmo não conseguirá levantar?
— É claro — respondeu ela imediatamente.
— Mas se ele pode fazer tudo, pode levantar a pedra.
— É mesmo — disse ela, pensativa. — Bem, então eu acho que ele não pode fazer a pedra.
— Mas ele pode fazer tudo — lembrei-lhe. Ela coçou a cabeça linda e vazia.
— Estou confusa — admitiu.
— É claro que está. Quando as premissas de um argumento se contradizem, não pode haver argumento. Se existe uma força irresistível, não pode existir um objeto irremovível. Compreendeu?
— Conte outra dessas histórias interessantes — disse Polly, entusiasmada. Consultei o relógio.
— Acho melhor parar por aqui. Levarei você em casa, e lá pensará no que aprendeu hoje.
Sentado sob uma árvore, na noite seguinte, disse:
— Nossa primeira falácia desta noite se chama ad misericordiam. Ela estremeceu de emoção.
— Ouça com atenção — comecei — Um homem vai pedir emprego. Quando o patrão
pergunta quais as suas qualificações, o homem responde que tem uma mulher e dois filhos em casa, que a mulher e aleijada, as crianças não tem o que comer, não tem o que vestir nem o que calçar, a casa não tem camas, não há carvão no porão e o inverno se aproxima.
Uma lágrima desceu por cada uma das faces rosadas de Polly.
— Isso é horrível, horrível! — soluçou.
— É horrível — concordei — mas não é um argumento. O homem não respondeu à pergunta do patrão sobre as suas qualificações. Ao invés disso, tentou despertar a sua compaixão. Cometeu a falácia de ad misericordiam. Compreendeu?
4
 Dei-lhe um lenço e fiz o possível para não gritar enquanto ela enxugava os olhos. — A seguir — disse, controlando o tom da voz — discutiremos a falsa analogia. Eis um exemplo: deviam permitir aos estudantes consultar seus livros durante os exames. Afinal, os cirurgiões levam as radiografias para se guiarem durante uma operação, os advogados consultam
seus papéis durante um julgamento, os construtores têm plantas que os orientam na construção de uma casa. Por quê, então, não deixar que os alunos recorram a seus livros durante uma prova?
— Pois olhe — disse ela entusiasmada — está e a idéia mais interessante que eu já ouvi há muito tempo.
— Polly — disse eu com impaciência — o argumento é falacioso. Os cirurgiões, os
advogados e os construtores não estão fazendo teste para ver o que aprenderam, e os estudantes sim. As situações são completamente diferentes e não se pode fazer analogia entre elas.
— Continuo achando a idéia interessante — disse Polly.
— Santo Cristo! — murmurei, com impaciência.
— A seguir, tentaremos a hipótese contrária ao fato.
— Essa parece ser boa — foi a reação de Polly.
— Preste atenção: se Madame Curie não deixasse, por acaso, uma chapa fotográfica numa gaveta junto com uma pitada de pechblenda, nós hoje não saberíamos da existência do rádio.
— É mesmo, é mesmo — concordou Polly, sacudindo a cabeça. — Você viu o filme? Eu fiquei louca pelo filme. Aquele Walter Pidgeon é tão bacana! Ele me faz vibrar.
— Se conseguir esquecer o Sr. Pidgeon por alguns minutos — disse eu, friamente — gostaria de lembrar que o que eu disse é uma falácia. Madame Curie teria descoberto o rádio de alguma outra maneira. Talvez outra pessoa o descobrisse. Muita coisa podia acontecer. Não se pode partir de uma hipótese que não é verdadeira e tirar dela qualquer conclusão defensável.
— Eles deviam colocar o Walter Pidgeon em mais filmes — disse Polly — Eu quase não vejo ele no cinema.
    5
 Mais uma tentativa, decidi. Mas só mais uma. Há um limite para o que podemos suportar.
— A próxima falácia é chamada de envenenar o poço. (Argumento Contra o Homem)
— Que engraçadinho! — deliciouse Polly.
— Dois homens vão começar um debate. O primeiro se levante e diz: ‘o meu oponente é um mentiroso conhecido. Não é possível acreditar numa só apalavra do que ele disser’. Agora, Polly, pense bem, o que está errado? Via enrugar a sua testa cremosa, concentrando se. De repente, um brilho de inteligência — o primeiro que vira — surgiu nos seus olhos.
— Não é justo! — disse ela com indignação — Não é justo. O primeiro envenenou o poço antes que os outros pudesse beber dele. Atou as mãos do adversário antes da luta começar... Polly, estou orgulhoso de você. — Ora — murmurou ela, ruborizando de prazer.
— Como vê, minha querida, não é tão difícil. Só requer concentração. É só pensar, examinar, avaliar. Venha, vamos repassar tudo o que aprendemos até agora. — Vamos lá — disse ela, com um abano distraído da mão.
Animado pela descoberta de que Polly não era uma cretina total, comecei uma longa e paciente revisão de tudo o que dissera até ali. Sem parar citei exemplos, apontei falhas, martelei sem dar trégua. Era como cavar um túnel. A princípio, trabalho duro e escuridão. Não tinha idéia de quando veria a luz ou mesmo se a veria. Mas insisti. Dei duro, até que fui recompensado.. — Polly, disse eu, na próxima vez que nos sentamos sob a árvore — hoje não falaremos de
falácias.
— Puxa! — disse ela, desapontada.
— Minha querida — prossegui, favorecendo-a com um sorriso — hoje é a sexta noite que estamos juntos. Nos demos esplendidamente bem. Não há dúvidas de que formamos um bom par.
Generalização apressada — exclamou ela, alegremente.
— Perdão — disse eu.
Generalização apressada — repetiu ela. — Como é que você pode dizer que formamos um bom par baseado em apenas cinco encontros?
Dei uma risada, contente. Aquela criança adorável aprendera bem as suas lições.


6
— Minha querida — disse eu, dando um tapinha tolerante na sua mão — cinco encontros são o bastante. Afinal, não é preciso comer um bolo inteiro para saber se ele é bom ou não.
Falsa Analogia — disse Polly prontamente — eu não sou um bolo, sou uma pessoa.
Dei outra risada, já não tão contente. A criança adorável talvez tivesse aprendido a sua lição bem demais.
Resolvi mudar de tática. Obviamente, o indicado era uma declaração de amor simples, direta e convincente. Fiz uma pausa, enquanto o meu potente cérebro selecionava as palavras adequadas. Depois reiniciei.
— Polly, eu te amo. Você é tudo no mundo pra mim, é a lua e a estrelas e as constelações no firmamento. For favor, minha querida, diga que será minha namorada, senão a minha vida não terá mais sentido. Enfraquecerei, recusarei comida, vagarei pelo mundo aos tropeções, um fantasma de olhos vazios. Pronto, pensei; está liquidado o assunto.
Ad misericordiam — disse Polly.
Cerrei os dentes. Eu não era Pigmaleão; era Frankenstein, e o meu monstro me tinha pela garganta. Lutei desesperadamente contra o pânico que ameaçava invadirme.
Era preciso manter a calma a qualquer preço. — Bem, Polly — disse, forçando um sorriso — não há dúvida que você aprendeu bem as falácias.
— Aprendi mesmo — respondeu ela, inclinando a cabeça com vigor.
— E quem foi que ensinou a você, Polly?
— Foi você.
— Isso mesmo. E portanto você me deve alguma coisa, não é mesmo, minha querida?

7
Se não fosse por mim, você nunca saberia o que é uma falácia.
Hipótese Contrária ao Fato — disse ela sem pestanejar.
Enxuguei o suor do rosto.
— Polly — insisti, com voz rouca — você não deve levar tudo ao pé da letra. Estas coisas só têm valor acadêmico. Você sabe muito bem que o que aprendemos na escola nada tem a ver com a vida.
Dicto Simpliciter — brincou ela, sacudindo o dedo na minha direção.
Foi o bastante. Levantei-me num salto, berrando como um touro.
— Você vai ou não vai me namorar?
— Não vou — respondeu ela.
— Por que não? — exigi.
— Porque hoje à tarde eu prometi a Petey Bellows que eu seria a namorada dele.
Quase caí para trás, fulminado por aquela infâmia. Depois de prometer, depois de fecharmos negócio, depois de apertar a minha mão!
— Aquele rato! — gritei, chutando a grama. — Você não pode sair com ele, Polly. É um mentiroso. Um traidor. Um rato.
Envenenar o poço — disse Polly — E pare de gritar. Acho que gritar também deve ser uma falácia.
Com uma admirável demonstração de força de vontade, modulei a minha voz.
— Muito bem — disse — você é uma lógica. Vamos olhar as coisas logicamente. Como pode preferir Petey Bellows? Olhe para mim: um aluno brilhante, um intelectual formidável, um homem com futuro assegurado. E veja Petey: um maluco, um boa vida, um sujeito que nunca saberá se vai comer ou não no dia seguinte. Você pode me dar uma única razão lógica para namorar Petey Bellows?
— Posso sim — declarou Polly — Ele tem uma jaqueta de couro preto.





(Em: As calcinhas corderosa do capitão. Porto Alegre: Ed. Globo, 1973)