sexta-feira, 29 de maio de 2015

Cola e a Escola


“De tanto triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (RUI BARBOSA)

"Era só cola de prova, nada demais", geralmente é o que se pensa quando se cola, nunca imaginamos a proporção e os perigos que se iniciam com o ato desonesto de colar.
Não se trata apenas de cola: trata-se de uma postura não só imoral, mas corrupta. O que gera esse comportamento é o mesmo princípio que norteia os esquemas de corrupção: ludibriar o outro, burlar as regras morais, para conseguir vantagens e prêmios. É a manifestação expressa do famoso "jeitinho brasileiro". O mesmo “jeitinho brasileiro” que tanto reclamamos quando alguém fura a fila, estaciona em vaga de deficiente, não nos entrega o troco corretamente e claro a mesma imoralidade dos nossos políticos.

Como reclamar quando somos lesados por um troco errado? Afinal a pessoal pode muito bem ter colado na aula de matemática e não sabe contar? Absurdo você deve estar imaginando, não é a mesma coisa podes estar pensando, pois pergunto, e por que não? Afinal a trapaça se inicia nas pequenas coisas, não adianta reclamar da imoralidade do mundo, do sistema político, na corrupção na policia, na saúde, quando não nos comprometemos com a nossa própria moralidade.
 Kant dizia: faça o bem a ponto que ele se torne uma lei universal, você querido aluno, gostaria de ser operado por um médico que passou todos os anos da faculdade colando e nada sabe? Você gostaria de receber uma nota baixa e ver seu amigo que colou e agiu de forma imoral receber nota dez?
Você com certeza está se justificando com a afirmação de que esta apenas no Ensino Médio, mas eu lhe afirmo, se você cola agora continuará fazendo  essa ação imoral na faculdade. Quem irá lhe passar cola no ENEM? Quem irá lhe passar cola no vestibular? Lembrando que a cola nesses exames são punidas com até dois anos de reclusão, pense o que dá um simples cola!
Segue abaixo o texto reflexivo da professora Marizete Oliveira reelaborado, complementado e corrigido por mim professora Patrícia.

A ÉTICA E A MORAL E A COLA NA SALA DE AULA

No decorrer do ano letivo é comum o aluno passar por um assunto muitas vezes discutido: A ética. Indagações são feitas tais como: O que é ser ético? O que é ética? O que é ser moralmente correto? Sou moralmente correto? Sou ético?          
  
“A ética e a moral é daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que não são fáceis de explicar, quando pergunta principalmente se mexe com nossos próprios interesses.” 
           
 Não se satisfazendo com essa definição, surge uma inquietude que se faz necessário verificar a história da palavra. Etimologicamente, ela é originada do grego ethos, que significa modo de ser ou o caráter. Em Filosofia, a ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. É uma conduta humana que se qualifica como bem ou mal e muitas vezes são associadas com a moral.
           
 Lançam-se duas perguntas, mas estas devem ser respondidas no fórum íntimo de cada um:

1. Até que ponto comprometo a minha ética quando realizo a prática da cola, no processo de avaliação ?

2. Deixo de agir com ética quando forneço a resposta da avaliação ao meu colega de classe?

     Antes de responder é preciso entender que a busca do conhecimento, por definição, envolve COMPROMISSO e RESPONSABILIDADE. Para tanto, se o aluno pratica a cola, além de negar o seu compromisso com seu saber, se comporta de maneira irresponsável com o seu futuro profissional e consequentemente deixa de ter uma atitude e uma postura ética.

É válido destacar que a ética, neste caso, está vinculada a outro valor positivo para a sociedade: A HONESTIDADE. 

Portanto é preciso reforçar a ideia de que a cola é uma atitude negativa e pode se tornar VICIOSA E PREJUDICIAL, na formação de valores e princípios éticos.

A “cola” na escola é a prática de consultas às escondidas de  ideias e respostas alheias nas situações de avaliação.
     
 Há basicamente dois tipos de cola: a individual, onde envolve somente o aluno que se utiliza de métodos próprios (papeizinhos escondidos, mensagem de celular, fone de ouvido, etc.) e a cola de parceria, onde um aluno passa a informação para um ou mais colegas.
    
     Estudos  mostram que muitos alunos que passam a cola, querem, na verdade demonstrar um ar de superioridade na sala de aula o que não compete na realidade, pois são apenas usados como uma “ferramenta” por seus colegas, que apenas elevam a sua auto-estima durante as provas. Já os colantes acreditam que conseguem as coisas com facilidade e raramente conseguem chegar a ter uma vida profissional promissora.

PASSAR COLA É TÃO GRAVE QUANTO COLAR: ATRAPALHA O DESENVOLVIMENTO DO COLEGA COLANTE.

CONSEQUÊNCIAS DO ATO DE COLAR E DE PASSAR A COLA:
       
 Pensar com autonomia é pensar sozinho. Contudo, quando as coisas são apresentadas de maneira finalizada ou concluída, isso leva o sujeito que não foi educado a questionar e a refletir criticamente ao CONFORMISMO.
Com a atitude da cola acontece à mesma coisa, o aluno “COLANTE” se torna inseguro e viciado nas ideias dos outros, e não se permite pensar com autonomia, ESSA PRÁTICA LEVA À DEPENDÊNCIA.
     
 QUEM FORNECE A COLA impede ao colega a  oportunidade de aprender com criticidade, tarefa tão importante para sua formação acadêmica e profissional.
    
 O ALUNO viciado em COLA e conformado em receber um pensamento de outro (atores dos livros ou colegas) por meio da cola, deixa de desafiar a si mesmo e exercitar as operações de pensamento tais como: comparar, resumir, observar conceitos, classificar, organizar dados, interpretar, buscar suposições e formular hipóteses para se tornar um cárcere de si mesmo.

Vale destacar que nas relações de trabalho, indivíduo não é valorizado pelas notas que obteve na universidade, mas pelo merecimento intrínseco de competências nas suas relações. As empresas desejam pessoas equilibradas emocionalmente, com posturas éticas nos conflitos, que garantam não só a prosperidade, mas a própria integração e a solidariedade de seus colaboradores, além dos conhecimentos e habilidades adequados num curso de formação universitária. Ou seja, não adianta o aluno tentar burlar os estudos na escola, pois os verdadeiros testes e avaliações são realizados diariamente na sua vida cotidiana e quem estará lá para passar a cola?!
       
 A ideia central deste texto é mostrar a urgente necessidade de novas posturas dos alunos em relação ao fenômeno da cola na sala de aula – o fato é que com a cola o aluno  finge que aprende, obtém  notas que não merece e as recebe sem se importar com um fator importante: “a honestidade”, bem como não se importar com o valor da aprendizagem.

Dentro da nossa premissa, os alunos devem, desde já, refletir sobre a ética e a cola na sala de aula, conscientes como futuros profissionais  que precisam dar exemplos de conduta.
     
 O SUJEITO APRENDE PARA TER NOVAS ATITUDES E VALORES, POIS QUANDO O INDIVÍDUO APRENDE, ELE SE TRANSFORMA.  
     

ANÁLISE DO TEXTO:

 Leia o texto e reescreva as idéias principais.

1)  Qual a definição de cola?

2)  Por que colar é uma atitude negativa  para quem cola e para quem passa a cola?

3- a) Por que o aluno passa a cola?
   b) Por que o aluno cola? Quais as conseqüências dessa atitude?

4) A “COLA” NA ESCOLA É A PRÁTICA DE CONSULTAS ÀS ESCONDIDAS DE  IDEIAS E RESPOSTAS ALHEIAS NAS SITUAÇÕES DE AVALIAÇÃO. Tendo em vista esta definição:
a) Cite um exemplo na vida social  (no trabalho, por exemplo) em você  pode ser prejudicado com condutas semelhantes a uma situação de cola na sala de aula. Avalie esta situação.
b) Faça uma definição própria para o termo “COLA” praticado na sala de aula
c) Desta forma como você analisa a sua atitude na sala de aula?

5) Crie um pequeno texto conclusivo (manuscrito de no mínimo 50 linhas) sobre a atitude de colar e passar cola  e as consequências.


http://marizetecajaiba.blogspot.com.br

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