“De tanto triunfar as nulidades; de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da
virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (RUI BARBOSA)
"Era só cola de prova, nada demais",
geralmente é o que se pensa quando se cola, nunca imaginamos a proporção e os
perigos que se iniciam com o ato desonesto de colar.
Não se trata apenas de cola: trata-se de uma postura
não só imoral, mas corrupta. O que gera esse comportamento é o mesmo princípio
que norteia os esquemas de corrupção: ludibriar o outro, burlar as regras
morais, para conseguir vantagens e prêmios. É a manifestação expressa do famoso
"jeitinho brasileiro". O mesmo “jeitinho brasileiro” que tanto
reclamamos quando alguém fura a fila, estaciona em vaga de deficiente, não nos
entrega o troco corretamente e claro a mesma imoralidade dos nossos políticos.
Como reclamar quando somos lesados por um troco
errado? Afinal a pessoal pode muito bem ter colado na aula de matemática e não
sabe contar? Absurdo você deve estar imaginando, não é a mesma coisa podes
estar pensando, pois pergunto, e por que não? Afinal a trapaça se inicia nas
pequenas coisas, não adianta reclamar da imoralidade do mundo, do sistema
político, na corrupção na policia, na saúde, quando não nos comprometemos com a
nossa própria moralidade.
Kant dizia:
faça o bem a ponto que ele se torne uma lei universal, você querido aluno,
gostaria de ser operado por um médico que passou todos os anos da faculdade
colando e nada sabe? Você gostaria de receber uma nota baixa e ver seu amigo
que colou e agiu de forma imoral receber nota dez?
Você com certeza está se justificando com a
afirmação de que esta apenas no Ensino Médio, mas eu lhe afirmo, se você cola
agora continuará fazendo essa ação
imoral na faculdade. Quem irá lhe passar cola no ENEM? Quem irá lhe passar cola
no vestibular? Lembrando que a cola nesses exames são punidas com até dois anos
de reclusão, pense o que dá um simples cola!
Segue abaixo o texto reflexivo da professora
Marizete Oliveira reelaborado, complementado e corrigido por mim professora
Patrícia.
A ÉTICA E A MORAL E A COLA NA SALA DE
AULA
No
decorrer do ano letivo é comum o aluno passar por um assunto muitas vezes
discutido: A ética. Indagações são feitas tais como: O que é ser
ético? O que é ética? O que é ser moralmente correto? Sou moralmente correto?
Sou ético?
“A ética
e a moral é daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que não são fáceis
de explicar, quando pergunta principalmente se mexe com nossos próprios
interesses.”
Não se satisfazendo com essa definição, surge
uma inquietude que se faz necessário verificar a história da palavra.
Etimologicamente, ela é originada do grego ethos, que significa modo
de ser ou o caráter. Em Filosofia, a ética significa o que é bom
para o indivíduo e para a sociedade. É uma conduta humana que se
qualifica como bem ou mal e muitas vezes são associadas com a moral.
Lançam-se duas perguntas, mas estas devem ser
respondidas no fórum íntimo de cada um:
1. Até
que ponto comprometo a minha ética quando realizo a prática da cola, no
processo de avaliação ?
2. Deixo
de agir com ética quando forneço a resposta da avaliação ao meu colega de
classe?
Antes de responder é preciso entender que a busca do conhecimento,
por definição, envolve COMPROMISSO e RESPONSABILIDADE. Para tanto, se
o aluno pratica a cola, além de negar o seu compromisso com seu saber, se comporta
de maneira irresponsável com o seu futuro profissional e
consequentemente deixa de ter uma atitude e uma postura ética.
É válido
destacar que a ética, neste caso, está vinculada a outro valor positivo para a
sociedade: A HONESTIDADE.
Portanto é preciso reforçar a
ideia de que a cola é uma atitude negativa e pode se tornar VICIOSA E
PREJUDICIAL, na formação de valores e princípios éticos.
A “cola” na escola é a prática de
consultas às escondidas de ideias e respostas alheias nas situações de avaliação.
Há basicamente dois tipos de cola: a
individual, onde envolve somente o aluno que se utiliza de métodos próprios
(papeizinhos escondidos, mensagem de celular, fone de ouvido, etc.) e a cola de parceria, onde um aluno passa a
informação para um ou mais colegas.
Estudos mostram que muitos alunos que passam a cola, querem, na verdade
demonstrar um ar de superioridade na sala de aula o que não compete na
realidade, pois são apenas usados como uma “ferramenta” por seus colegas, que
apenas elevam a sua auto-estima durante as provas. Já os colantes acreditam que
conseguem as coisas com facilidade e raramente conseguem chegar a ter uma vida
profissional promissora.
PASSAR
COLA É TÃO GRAVE QUANTO COLAR: ATRAPALHA O DESENVOLVIMENTO DO COLEGA
COLANTE.
CONSEQUÊNCIAS
DO ATO DE COLAR E DE PASSAR A COLA:
Pensar com autonomia é pensar sozinho.
Contudo, quando as coisas são apresentadas de maneira finalizada ou concluída,
isso leva o sujeito que não foi educado a questionar e a refletir criticamente
ao CONFORMISMO.
Com a
atitude da cola acontece à mesma coisa, o aluno “COLANTE” se torna inseguro
e viciado nas ideias dos outros, e não se permite pensar com autonomia,
ESSA PRÁTICA LEVA À DEPENDÊNCIA.
QUEM FORNECE A COLA impede ao colega a oportunidade
de aprender com criticidade, tarefa tão importante para sua formação acadêmica
e profissional.
O ALUNO
viciado em COLA e conformado em receber um pensamento de outro (atores
dos livros ou colegas) por meio da cola, deixa de desafiar a si mesmo e
exercitar as operações de pensamento tais como: comparar, resumir, observar
conceitos, classificar, organizar dados, interpretar, buscar suposições e
formular hipóteses para se tornar um cárcere de si mesmo.
Vale
destacar que nas relações de trabalho, indivíduo não é valorizado pelas
notas que obteve na universidade, mas pelo merecimento intrínseco de
competências nas suas relações. As empresas desejam pessoas
equilibradas emocionalmente, com posturas éticas nos conflitos, que garantam
não só a prosperidade, mas a própria integração e a solidariedade de seus
colaboradores, além dos conhecimentos e habilidades adequados num curso de
formação universitária. Ou seja, não adianta o aluno tentar burlar os
estudos na escola, pois os verdadeiros testes e avaliações são realizados
diariamente na sua vida cotidiana e quem estará lá para passar a cola?!
A
ideia central deste texto é mostrar a urgente necessidade de novas
posturas dos alunos em relação ao fenômeno da cola na sala de aula – o fato é
que com a cola o aluno finge que aprende, obtém notas que
não merece e as recebe sem se importar com um fator importante: “a
honestidade”, bem como não se importar com o valor da
aprendizagem.
Dentro da
nossa premissa, os alunos devem, desde já, refletir sobre a ética e a cola na
sala de aula, conscientes como futuros profissionais que precisam dar
exemplos de conduta.
O SUJEITO APRENDE PARA TER NOVAS ATITUDES E
VALORES, POIS QUANDO O INDIVÍDUO APRENDE, ELE SE TRANSFORMA.
ANÁLISE
DO TEXTO:
Leia
o texto e reescreva as idéias principais.
1) Qual
a definição de cola?
2) Por
que colar é uma atitude negativa para quem cola e para quem passa a cola?
3- a) Por
que o aluno passa a cola?
b) Por que o aluno cola? Quais as
conseqüências dessa atitude?
4) A
“COLA” NA ESCOLA É A PRÁTICA DE CONSULTAS ÀS ESCONDIDAS DE IDEIAS E
RESPOSTAS ALHEIAS NAS SITUAÇÕES DE AVALIAÇÃO. Tendo em vista esta definição:
a) Cite
um exemplo na vida social (no trabalho, por exemplo) em você pode
ser prejudicado com condutas semelhantes a uma situação de cola na sala de
aula. Avalie esta situação.
b) Faça
uma definição própria para o termo “COLA” praticado na sala de aula
c) Desta
forma como você analisa a sua atitude na sala de aula?
5) Crie
um pequeno texto conclusivo (manuscrito de no mínimo 50 linhas) sobre a atitude
de colar e passar cola e as consequências.
http://marizetecajaiba.blogspot.com.br
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