10 – Na herança socrática, a
ética grega estava fundamentada na razão, entendida com o capaz de saber
universal, e, portanto, de uma moral universal. Assim, o individuo que agia
conforme a razão agia corretamente para Sócrates, que também dizia ser o vicio
resultado da ignorância.
Platão entendia que o corpo, por
ser a sede dos desejos e paixões, muitas vezes desvia o individuo do caminho do
bem, então para alcançar a idéia do bem, é necessário purificar-se do mundo
material.
Aristóteles, por sua vez, dizia
que o fim ultimo de toda ação humana é a felicidade e que a felicidade maior
encontra-se na vida teórica, promovida pela razão.
11 – Pela concepção da ética
aristotélica toda ação humana tem como finalidade ultima a felicidade, mas em
geral o ser humano equivoca-se nessa busca, seja por excesso, seja pela falta
tanto nos atos como nas paixões. Assim, Aristóteles recomendava, para uma vida
virtuosa, o meio termo, o equilíbrio entre esses dois extremos, que seriam os
vícios. A virtude estaria no ponto médio entre eles.
12 – Primeiramente, é chamada de
ética cristã por que a filosofia do período medieval europeu for produzida
pelos primeiros padres da igreja católica. Assim, as concepções éticas que se
desenvolviam nesse período levam marca do cristianismo, tal como a ética Deontológica.
Por isso, caracterizou-se e diferenciou-se da ética grega por abandonar a visão
racionalista do período anterior, entendo o caminho ético como ele é aquele
orientado por Deus e a boa vontade e por atribuir uma importância até então
desconhecida, ao tratar a moral do ponto de vista estritamente pessoal, como
uma relação entre cada individuo e Deus, isolando-o de sua condição social.
13 – Ao tentar explicar como pode
existir p mal no mundo, se tudo vem de Deus, que é bondade infinita, Agostinho
formulou a tese de que cada individuo pode escolher livremente entre
aproximar-se de Deus o afastar-se “Dele”: o afastamento de Deus seria o mal, a
aproximação, o bem. Foi assim que Agostinho introduziu a idéia de escolha, de
liberdade individual, de livre arbítrio. Como cada individuo pode usar bem ou
mal esse livre arbítrio; é no bom uso da liberdade de escolha que está à
virtude, e no contrário, o vicio.
14 – A ética moderna é
considerada antropocêntrica porque, como humanismo renascentista, o ser humano
e suas possibilidades voltaram a ser o centro das reflexões filosóficas, o que
orientou uma concepção ética centrada na autonomia humana e em valores oriundos
da compreensão acerca do que seria a natureza humana. Isso se observa na frase
do iluminista Voltaire, que qualifica o “desprezo” social como o maior “freio
natural” e regulador do individuo nas ações injustas. Nada de fundamentações
teológicas , transcendentes, como na ética cristã. O que é insuportável para o
individuo é ser desprezado por seus semelhantes, e essa é a maior punição que
ele pode sofrer por seus erros.
15 – A ética kantiana
caracteriza-se por uma ética do dever, o dever entendido como expressão da
racionalidade humana, única fonte legitima da moralidade. Virtuoso, para Kant,
é todo ato praticado de forma autônoma, consciente, conforme o dever (ou seja,
de acordo com uma máxima) e por dever (porque se entende que ela deve ser uma
lei universal). Isso se expressa no imperativo categórico: “Age apenas segundo
uma máxima (um principio) tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne
lei universal”. Assim, as normas morais devem ser obedecidas como deveres, mas
se trata de um tipo de dever que se confunde com a própria noção de liberdade,
porque, para Kant, o individuo que obedece a uma norma moral que atende a
liberdade de razão, isto é, aquilo que a razão no uso de sua liberdade
determinou como correto. Dessa forma, a sujeição a norma moral é o
reconhecimento de sua legalidade, conferida pelos próprios indivíduos racionais.
Por isso, há virtude quando o individuo se submete as forças das máximas de seu
dever, de acordo com a ética Kantiana.
16 - a) Hegel insere-se nessa tendência
contemporânea ao questionar o formalismo kantiano e considerar a fundamentação
histórico-social dos sistemas morais de cada sociedade. Para ele, a moralidade
assume conteúdo diferenciado ao longo da historia das sociedades e a vontade
individual seria apenas um dos elementos da vida ética de uma sociedade em seu
conjunto. A moral seria o resultado de uma relação de cada individuo e o
conjunto social.
b) Marx insere-se nessa tendência
contemporânea ao conceber que todo sistema moral, por originar-se do contexto
histórico – social, também se constituiu em uma ideologia, pois seu conjunto de
normal expressa uma forma de consciência própria a cada momento do
desenvolvimento da existência social e, nesse sentido, seria uma das formas
assumidas, pela ideologia dominante em cada sociedade para impor determinados
valores, considerados necessários para manutenção dessa sociedade.
c) Habermas insere-se nessa
tendência contemporânea ao propor uma ética discursiva fundada, no dialogo e no
consenso entre os sujeitos, uma aposta de capacidade de entendimento entre as
pessoas na busca de uma ética democrática e não autoritária baseada em valores
validos e aceitos consensualmente. Assim, o que se buscaria nesse dialogo seria
o estabelecimento de uma razão comunicativa, que não existe pronta nem acabada,
mas que se constrói a partir de uma argumentação que leva a um entendimento
entre os indivíduos.
9 – a) A ação moralmente correta
é aquela em que o indivíduo adere conscientemente a uma norma moral e a cumpre,
reconhecendo-a como legitima. A ação moralmente má ou incorreta é aquela que
contraria determinada norma moral, embora o individuo que a pratique não tenha
intenção de contestá-la.
b) Enquanto na ação moralmente
incorreta o individuo simplesmente não cumpre a norma, sem a intenção de
questionar sua legitimidade, em uma situação de conflito ético ele se recusa
conscientemente a cumprir uma norma moral por entendê-la inadequadamente ou
ilegítima.
c) O nilismo ético caracteriza-se
pela negação radical de toda forma de normas morais, pela descrença
generalizada nos valores vigentes ou na possibilidade de estabelecer valores
universais. Por sua vez, o permissivismo moral, outra forma de negação dos
valores vigentes, seria um tipo de resposta que obedece mais a interesses
particulares e conveniências pessoais que a necessidade de contestar.
Ética para os:
- Sofistas (V a.C. a): ética é relativista.
- Sócrates (469-399 a.c): alma racional, normas e costumes.
- Platão (427-347 a.C.): racionalismo ético necessita da sociedade.
- Estóicos (332 a.C.): ética do autodomínio, controle individual, ataraxia.
- Epicurismo (320 a.C.): desviar a dor, prazer espiritual ataraxia:
- Aristóteles (384-322 a.C.): fim ultima felicidade ética do equilíbrio, eudaimonia
- Tomás de Aquino (1225-1274): ética cristã com ideias aristotélicas felicidade do fim ultimo.
- Agostinho (354-430): ética Deontológica imortalidade da alma, ideias platonista.
- Iluminismo (1570-1750/ XIV-XVII): natureza humana e racional.
- Kant (1724-1804): imperativo categórico, a máxima do bem é que ela se torne uma lei universal.
- Hegel (1770-1831): ética com influência da historia, sociedade e cultura.
- Marx (1818-1883): moral não absoluta fundamentação ideológica da moral.
- Habermas (1929): ética fundada no dialogo comunicação.
Digitação: Bruno Costa Pedroso.
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