domingo, 28 de junho de 2015

Resolução: Exercícios Falácias.

(7) APELO À IGNORÂNCIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Nenhum matemático foi capaz, até hoje, de demonstrar a verdade da Conjectura de
Goldbach.
∴ A Conjectura de Goldbach é falsa.
Obviamente não decorre, do fato de que ninguém tenha conseguido provar a Conjectura
de Goldbach, que ela seja falsa. (Essa conjectura, a propósito, diz que todo número par
maior do que 2 pode ser escrito como a soma de dois números primos. É um problema
ainda não resolvido em matemática.)

(8) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Véio Zé jura que viu um disco voador pousar no sítio dele.
O Véio Zé nunca passou da segunda série do primeiro grau, e mal sabe ler ou escrever.
O Véio Zé não tem a menor idéia do que os cientistas escreveram sobre o assunto.
∴ O relato que o Véio Zé fez não tem possibilidade alguma de ser verdadeiro.
As afirmações do Véio Zé estão sendo desqualificadas porque ele mal sabe ler etc.

(9) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Toda pessoa que agride, deliberadamente, uma outra pessoa deve ser punida.
Um lutador de boxe agride, deliberadamente, seus adversários.
∴ Um lutador de boxe deve ser punido com severidade.
É claro que em geral uma pessoa não deve agredir outra — mas isso não se aplica ao caso
excepcional de uma luta de boxe, onde supõe-se que os adversários se agridam.

(10) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
As esposas de homens bem-sucedidos na vida vestem roupas caras
∴ Para uma mulher ajudar seu marido a triunfar, ela deve comprar um guarda-roupa
caro.
O fato de que os maridos são bem-sucedidos é o que possibilita às esposas terem roupas
caras — e não o contrário. Há uma inversão de causa e efeito.

(11) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Povos inteiros a invocaram e defenderam a Inquisição.
Até os adversários da Inquisição a aplicaram por conta própria.
∴ A Inquisição deve ter sido justificada e benéfica.
Só porque povos inteiros (alguns) invocaram e defenderam a Inquisição não é razão para ela ter
sido benéfica. “Todo mundo fez assim” não deixa a coisa mais certa.

(12) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Um caso semelhante ao primeiro exemplo desta lista —
acusa-se o Estado Maior de só estar preocupado com os próprios interesses. Seria uma
versão circunstancial do argumento contra o homem.

(13) APELO À IGNORÂNCIA.

(14) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Todos estão dizendo que aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o
adversário fazer mais gols.
∴ Aquele jogador de futebol aceitou dinheiro para deixar o adversário fazer mais
gols.
“Todo mundo diz que” não é razão para a verdade de uma afirmação, claro.

(15) APELO À AUTORIDADE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O Dr. Freud, um dos grandes teóricos europeus, afirmou que é impossível, para o
homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
∴ É impossível, para o homem educado de hoje, ter alguma crença religiosa.
No caso, recorre-se à autoridade de Sigmund Freud, famoso por ser o fundador da psicanálise.

(16) ACIDENTE. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O uso de narcóticos cria dependência.
∴ Se você permitir que seu médico lhe alivie as dores com um narcótico, você se
converterá num viciado.
Que narcóticos criem dependência é uma afirmação geral. Usar narcóticos num caso particular,
sob supervisão médica, é uma exceção a essa regra.

(17) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Meus pais não me deixaram ir ao cinema à noite passada.
Meus pais não me deixaram ficar até mais tarde vendo televisão.
∴ Meus pais nunca permitem que eu me divirta.
Argumenta-se a partir de apenas dois casos para a conclusão de que “nunca deixam que
eu me divirta”.

(18) APELO À PIEDADE. Recorre-se à misericórdia do júri para a conclusão de que o réu é inocente.

(19) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Aquele novo estudante diz que sou seu professor favorito.
Nenhum estudante mentiria a seu professor favorito.
∴ Sou o professor favorito daquele novo estudante.
A conclusão é de que “sou o professor favorito daquele estudante”, e a razão é de que
“um estudante não mentiria ao seu professor favorito”. Está, assim, sendo pressuposto
que “sou o professor favorito daquele estudante”, que é a conclusão do argumento.

(20) APELO À GALERIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
A Regra de Ouro é básica para todo sistema ético até hoje criado, e todos a aceitam
sob uma forma ou outra.
O fato de que todos aceitem a Regra de Ouro não quer dizer que seja um princípio moral
sólido.

(21) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de atacar a filosofia de Nietzsche, ataca-se o filósofo.

(22) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
O General Grant bebia muito uísque.
O General Grant estava ganhando muitas batalhas.
∴ Para também ganharem batalhas, os outros generais também deviam beber muito
uísque.
O erro está em supor que as vitórias do General Grant eram causadas porque ele bebia
muito — daí a idéia de que se os outros generais beberem daquele uísque, também vão
vencer muitas batalhas.

(23) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
É necessário confinar os criminosos e encerrar os maníacos perigosos.
∴ Nada existe de errado em privar as pessoas de sua liberdade.
Não se pode generalizar (“não é errado privar as pessoas de sua liberdade”) a partir do
caso especial de prender criminosos. Temos um “acidente” convertido em regra geral.

(24) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão do argumento é de que Deus existe. Qual é a justificativa?
A de que a Bíblia diz isso. E por que é verdade o que diz a Bíblia? A razão é a de
que a Bíblia é a palavra revelada de Deus — mas note-se que esta razão pressupõe que
Deus exista. Portanto, temos uma argumentação circular: quem apresentou o argumento
já pressupõe que Deus existe, para concluir que Ele existe.

(25) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de responder a Sócrates, Trasímaco passa a atacar pessoalmente o filósofo.

(26) FALSA CAUSA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Mais jovens frequentam hoje ginásios e colégios do que em qualquer outra época da
história de nosso país.
Existe hoje mais delinquência juvenil do que em qualquer outro tempo.
∴ Para eliminar a delinquência juvenil devemos abolir as escolas.
As escolas não causam o aumento da delinquência juvenil — isso pode ter aumentado,
por exemplo, pela razão de que há mais jovens do que antigamente.

(27) APELO À IGNORÂNCIA. O argumento apresentado no texto é o seguinte:
Não há prova alguma de que o secretário vazou a notícia para os jornais.
∴ O secretário não vazou a notícia para os jornais.
Evidentemente, argumenta-se a partir da falta de informação para concluir o contrário.

(28) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Exemplo da versão circunstancial do argumento contra o
homem, semelhante ao exercício 12 desta lista.

(29) PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão final é de que “nosso time é o mais destacado do
torneio”. Mas a razão última é de que o time é a melhor equipe do torneio — há um
círculo na argumentação.

(30) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. O argumento seria assim:
O rei da Inglaterra violou, perversamente, todas as obrigações morais e humanas,
calcou aos pés a natureza e a consciência etc.
∴ Pouco interessa agora o que o rei da Inglaterra diga ou faça.

(31) FALSA CAUSA. O erro está em supor que entrar ao partido republicano iria fazer com que
Benjamin Fernandez ficasse rico, quando o que de fato acontece é que alguém primeiro
fica rico e depois entra no partido republicano.

(32) GENERALIZAÇÃO APRESSADA. Só porque aconteceram coisas ruins em duas segundas-feiras não significa que isso aconteça em todas elas.

(33) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.

(34) APELO À IGNORÂNCIA.

(35) ACIDENTE. O caso de estudantes prestando exames é uma situação muito especial — eles
estão sendo avaliados a respeito de seu conhecimento, o que não acontece com profissionais
em seu trabalho diário.

(36) APELO À AUTORIDADE. No caso, o Padre Malebranche.

(37) ACIDENTE. A propriedade “acidental” — o preço da saca de feijão — pode variar de uma
época a outra. A regra vale apenas para aquilo que foi plantado, feijão, não seu preço.

(38) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM.

(39) FALSA CAUSA. Mais um exemplo de uma falsa correlação causal — só porque, em números
absolutos, há mais pessoas consumindo leite, e mais pessoas morrendo de câncer, não
justifique que uma coisa seja causa da outra.

(40) APELO À IGNORÂNCIA.

(41) ARGUMENTO CONTRA O HOMEM

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